Um tema de grande importância no momento atual é a participação efetiva da população jovem na política. Quando vemos que quase 12% dos eleitores do Brasil tem até 20 anos de idade e ao mesmo tempo lemos no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que somente 10% dos adolescentes de 16 e 17 anos de idade fizeram seu título eleitoral, causa preocupação. Estes números acendem uma luz de alerta e gera um questionamento: Por que este grupo de brasileiros não está interessado pela política?

PUBLICIDADE
Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil

A grande vítima pela não participação do jovem na política é ele mesmo! Os atos políticos são realizados independentemente da vontade e da participação de qualquer grupo da sociedade. Isso demonstra que, mesmo não tendo escolhido seus candidatos, seja pela abstenção ou seja pelo voto branco ou nulo, os lugares serão ocupados por pessoas que decidirão a vida de todos os brasileiros. Logo, as necessidades e as oportunidades de todos serão analisadas e decididas por políticos que não representam uma parcela da sociedade. Se o jovem não participa, não poderá reclamar da falta de médico, da não existência de ensino técnico profissionalizante, do desemprego, do aumento da passagem de ônibus, da valeta que continua a céu aberto em frente da sua casa e de tantas outras necessidades mínimas de sobrevivência digna.

O distanciamento dos jovens da política se dá muitas vezes, por culpa da polarização das últimas eleições para presidência da República, onde somente aparecem dois candidatos que não representam efetivamente a vontade do povo. Outros culpam a não abertura das escolas e faculdades, ou seja, do ambiente educacional, para a discussão sobre política, com medo de que haja influência ruim de partidos de esquerda ou direita no mundo educacional. E, por fim, por culpa da inexistência de espaço ofertado pelos partidos e pela velha política para a participação de uma juventude questionadora e inquieta com o mundo que vive.

De tudo o que foi apresentado, verifica-se que o jovem somente poderá efetivamente participar da política quando tiver a possibilidade de viver em ambientes que proporcionem a discussão do conceito de política, seu impacto na vida das pessoas, as ideologias políticas e partidárias, partidos políticos e suas características, para que ele possa escolher o espaço em que mais se identifica; quando os ambientes, sejam escolas, faculdades, igrejas e trabalho, proporcionarem um campo fértil para discussão da política; e por fim, quando os partidos abrirem as portas, de forma honesta, verdadeira e propositiva, para a juventude, para que eles possam se sentirem integrantes no desenvolvimento da sociedade e na criação de políticas públicas de atendimento as suas reais necessidades.

PUBLICIDADE