Na nossa coluna, sempre tratamos de assuntos políticos. Talvez você fique se perguntando: “mas como o tema Empreendedorismo Feminino tem relação com a política?” Pois saiba que há relação sim e aqui trarei uma explicação para vocês.

PUBLICIDADE
Empreendedorismo feminino (Foto: Reprodução Agência Brasil)

A criação de politicas públicas pelos poderes constituídos gera mudanças sociais tornando um ambiente favorável que fortalece e promove a abertura de espaços para o Empreendedorismo Feminino.

Apresento para você que lê aqui alguns dados interessantes que devem ser assimilados por todos: somente em 2021, conforme dados do SEBRAE, foram abertos quase 4 milhões de novos empreendimentos, quase 20% a mais do que o ano anterior. Analisando esses números, eu credito esse crescimento às dificuldades das pessoas em ampliar a sua fonte de renda e também ao aumento do desemprego no Brasil. Ao total temos, conforme o Global Entrepreneurship Monitor - GEM (consórcio mundial que reúne informações confiáveis sobre o estado do empreendedorismo e dos ecossistemas empresariais em todo o mundo), 52 milhões de brasileiros possuem um negócio próprio. Outro dado interessante, é que, mesmo não tendo uma fonte possível, temos no Brasil próximo de 40 milhões de trabalhadores informais, conforme apresenta o IBGE.

Deste levantamento dos empreendedores brasileiros, destaca-se que 57% deles é formado por mulheres, conforme demonstra a GEM, e esse dado se dá porque houve uma maior demanda de desemprego por parte da mulher em comparação ao homem.

PUBLICIDADE

Das mulheres empreendedoras, elas recebem menos do que os homens, cerca de 61% delas recebem menos do que um salário-mínimo em comparação aos homens. As mulheres, conforme apresentado no Fórum de Discussão da Aliança Empreendedora, tem maior formação educacional e tem a menor taxa de inadimplência quando se compara a tomada de microcréditos no Brasil e, ainda, 63% das empresas de mulheres tem maior desempenho do que as formadas por homens. Os dados ainda demonstram que vale a pena incentivar o empreendedorismo feminino, pois mulher contrata mulher, ao contrário do empreendedor masculino. Logo, mulher contrata mulher e isso gera dois impactos na sociedade: 1° Gera renda; 2° Aumenta as taxas de emprego. Outro dado importante para a formação de uma politica pública, é que a grande maioria das empreendedoras no Brasil são negras, mas também foram as que mais fecharam seus negócios na pandemia.

Mas as dificuldades existem sim, conforme artigo* Anna de Souza Aranha (Diretora do Quintessa), “no Brasil, as mulheres empreendedoras possuem baixíssimo – ou quase nenhum – acesso a capital de risco para investir em suas empresas. Também enfrentam dificuldade para conseguir empréstimos e para levar seus negócios a estágios mais maduros”, mas cada dólar investido na empreendedora gera mais receita em comparado em investimento no empreendedor homem.

E diante destas informações, a Administração Pública deve criar e não somente discutir (como acontece muito neste momento de eleição) politicas públicas de acolhimento, fortalecimento e apoio ao empreendedorismo feminino. Como? Aumentando o acesso aos microcréditos, mas desburocratizando-os; criando programas de formação da empreendedora, diminuindo assim as dificuldades de formação de negócio, plano de negócios, economia, formação de preço, marketing, vendas e pós vendas e outras necessidades no desenvolvimento e manutenção da empresa; acompanhamento pelas instituições existentes das empresas; desburocratização tributária e facilidade na abertura de empresas; favorecer a instalação e visibilidade dos empreendimentos entre outros.