- Atualizado há 3 meses
O candidato derrotado à Prefeitura de Curitiba pelo União Brasil, Ney Leprevost, fez duras críticas ao senador Sérgio Moro (União Brasil) em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo. A esposa do ex-juiz da Lava Jato, Rosângela Moro (União Brasil), era vice na chapa de Leprevost, que ficou na quarta colocação nas eleições municipais, com 6,5% dos votos válidos.
À Folha, Leprevost afirmou que pode ter começado a perder a campanha para prefeito quando aceitou o pedido do diretório nacional do União Brasil de colocar a mulher de Moro como vice. “Moro atrapalhou bastante. Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso. Eu gosto da Rosângela, ela é boa gente, uma querida. Mas o Moro atrapalhou. Ele começou a achar que o candidato era ele. E ele agregou muita rejeição à campanha. Porque ele é visto em Curitiba como o carrasco do Lula e o traidor do Bolsonaro”, afirmou.
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Ainda na entrevista, o deputado estadual destacou que, como o ex-procurador Delta Dallagnol (Novo) apoiava Eduardo Pimentel (PSD), nem mesmo o eleitor simpático a Lava Jato Moro conseguiu trazer. A situação chegou ao extremo em que Leprevost confirmou que não falava mais com o senador no fim da campanha.
“Ele queria ficar saindo na propaganda de televisão. Mas eu só tinha 1 minuto e 12 segundos de televisão. Não podia ficar colocando ele o tempo todo. E ele ficou bravo e largou a campanha no final. A partir do momento que ela virou minha vice, o Moro passou a achar que eu era um fantoche dele, para ficar fazendo a pré-campanha dele de governador. E eu era um candidato para competir de verdade. Aí começou a ter um estresse. Ele começou a plantar por aí que ele estava sendo boicotado na campanha”, disse à Folha.
Como Moro quer se candidatar ao Governo do Paraná em 2026, Leprevost contou que, se isso acontecer, terá que deixar o partido. “Eu não quero caminhar politicamente com Moro. E acho que ele também não quer caminhar comigo. Eu não estarei com ele para o governo em 2026. Se ele for o candidato do União Brasil, eu terei que sair do partido. Não sou inimigo do Moro, não quero mal dele, mas também não quero papo com ele”, concluiu.
Sobre o apoio para o 2° turno em Curitiba, em que Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD) disputam, Leprevost confirmou que o União Brasil de Curitiba optou pela neutralidade, liberando os filiados.
Até o momento, pelas redes sociais, Sérgio Moro ainda não se manifestou sobre as declarações de Leprevost. O Portal Nosso Dia também entrou em contato com a assessoria do senador e o espaço permanece aberto.