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Em penúltimo debate, candidatos de Curitiba falam de propostas e rebatem planos de governo de adversários

Redução da tarifa do transporte público, compra de consultas médicas em clínicas particulares, o retorno do metrô, reforma tributária e o fim dos radares foram alguns dos temas que mais geraram discussão no debate deste sábado.
Debate RicTV foi o penúltimo antes das eleições. Foto: Igor Corrêa / RicTV
Redução da tarifa do transporte público, compra de consultas médicas em clínicas particulares, o retorno do metrô, reforma tributária e o fim dos radares foram alguns dos temas que mais geraram discussão no debate deste sábado.

Geovane Barreiro

29/09/24
às
0:44

- Atualizado há 3 meses

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A uma semana das eleições municipais, o penúltimo debate oferecido pela RicTV na noite deste sábado (28) recebeu os principais candidatos à prefeitura de Curitiba. Estavam presentes: Andrea Caldas (Psol); Eduardo Pimentel (PSD); Luciano Ducci (PSB); Luizão Goulart (Solidariedade); Maria Victoria (PP) e Ney Leprevost (União Brasil).

Ao centro, a mediadora Manuella Niclewicz iniciou apresentando as regras do debate. Na abertura, no primeiro bloco, as perguntas foram feitas pelos jornalistas do Grupo RicTv com direito a comentário de outro político.

Ney Leprevost abriu a rodada de respostas e foi questionado sobre a promessa de baixar um real na tarifa do transporte coletivo e a tarifa domingueira, embora Curitiba tenha hoje um sistema deficitário. Segundo ele, ‘tem dinheiro de sobra, há previsão orçamentária para o ano que vem de R$ 15 bilhões, temos cálculos precisos elaborados pelos economistas”, disse. Andrea Caldas rebateu Ney e disse considerar pouco uma redução de apenas um real. “Nossa proposta é passe livre estudantil e implantação progressiva da tarifa zero, com auxílio de mais consórcios é possível, é necessário”, disse.

Eduardo Pimentel (PSD), candidato apoiado por Rafael Greca. Foto: Igor Corrêa / RicTV

Luciano Ducci foi indagado sobre o retorno da discussão em relação ao metrô em Curitiba, uma promessa de 2011, quando era prefeito. “O metro é um projeto que estava pronto em 2012, tinha recurso, estava licitado, mas não venci as eleições e, infelizmente, parou. Me comprometo a colocar o projeto debaixo do braço e levá-lo a Brasília conversar com o presidente Lula, com o Governo Federal, por meio do PAC da Mobilidade”, explica. No comentário, Luizão Goulart diz que é preciso retomar o projeto do metrô, mas ouvindo a sociedade. ‘Quando foi feito o estudo, não foi divulgado, não teve a participação da sociedade organizada, dos sindicatos, dos representantes, das organizações não governamentais, órgãos de controle. Precisamos ver, depois de 15 anos desse estudo feito, se ainda é viável ou não a implantação do metrô em Curitiba”.

Ney Leprevost (União Brasil). Foto: Igor Corrêa / RicTV

Para a candidata Andrea Caldas, a pergunta citou o fim de uma educação neoliberal, dita em seu plano de governo, assim como referências a Paulo Freire e também uma profunda transformação no sistema educacional. “Nossa proposta, onde cita Paulo Freire, é uma convicção de uma defesa da escola pública de qualidade, que se assente numa carreira sólida e numa formação adequada para os profissionais de educação. Investir na valorização desses profissionais, porque é só assim que a gente vai conseguir ter uma educação de qualidade para todos, uma educação que democratize o conhecimento. Esse era o sonho do Paulo Freire e ele mostrou inclusive alfabetizando as pessoas mais pobres, melhorando a sua consciência, melhorando a sua possibilidade de dignidade na vida”, disse. No comentário, Ney Leprevost afirma ser contra linguagem neutra, ideologia de gênero nas escolas. “Defendo a família, sou contra o aborto e qualquer das pregações doutrinárias da esquerda”.

Luciano Ducci (PSB). Foto: Igor Corrêa / RicTV

Ao candidato e atual vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, a pergunta norteou a utilização dos radares como controladores do trânsito, que têm acusações de adversários políticos de serem indústria da multa, o que foi rebatido por Pimentel. Segundo ele, houve redução de 43% de mortes no trânsito, nos últimos oito anos. “O radar ele deve ser orientativo e ter a sua sinalização bem feita. Uma coisa é importante esclarecer: desde 98 quando foram colocados os radares na cidade de Curitiba somente três pontos a mais foram colocados. O que fizemos foi realocá-los para onde precisava ter uma redução de velocidade, como numa rápida ou perto de uma escola ou perto de uma saúde”, destacou. Maria Victória rebateu no comentário e disse que defende duas advertências antes da multa. “As pessoas estão cansadas de tanta multa, ponto na carteira e ter que fazer reciclagem”, disse.

Maria Victoria (PP). Foto: Igor Corrêa / RicTV

A pergunta direcionada à candidata Maria Victória fez referência à área da saúde, sobre o município pagar consultas às clínicas particulares para zerar a fila dos especialistas. No entanto, em seu plano de governo não tem a descrição de quanto tempo isso seria necessário até que se normalizasse. “Não podemos falar em construção de metrô, quando tem 200 mil pessoas esperando exames. Temos uma proposta que são as compras de consultas particulares, a exemplo de São Paulo. São mutirões de consultas particulares em horários alternativos para zerar essa fila de espera”, responde. Provocado sobre o metrô, Luciano Ducci que comentou a resposta da candidata rebateu. “Metrô não tem nada a ver com consulta especializada. Uma coisa, é uma coisa, outra coisa, é outra coisa. Nós pretendemos reorganizar toda a atenção básica em Curitiba, acabando com as terceirizações que nós temos hoje, fazendo concurso público, contratando novos profissionais para as unidades básicas”.

Luizão Goulart (Solidariedade). Foto: Igor Corrêa / RicTV

Ao candidato Luizão Goulart, o questionamento surge diante da proposta em construir casas populares, mas sem especificar recursos para o projeto, que custaria em torno de R$ 400 milhões ao ano. “Acho até que o Eduardo copiou esse número, de construir 20 mil casas porque eu levantei primeiro essa questão da necessidade de nós reservarmos 3% do orçamento de Curitiba para construir novas casas para as pessoas que estão em área de risco”, diz. No comentário da resposta, Eduardo Pimentel garantiu que foi o primeiro a registrar o plano de governo no TRE. “Eu falei que eu vou gerar 20 mil unidades habitacionais sociais na cidade de Curitiba, através de construções com parcerias com o governo estadual e o governo federal e com recursos próprios, através do Orçamento Público Municipal, e também através do Fundo Municipal de Habitação e Interesse Social”, finalizou.

Andrea Caldas (Psol). Foto: Igor Corrêa / RicTV

Confronto direto

No segundo bloco, os candidatos puderam fazer perguntas aos adversários sob livre demanda de tema, escolhido previamente em sorteio com representantes dos partidos.

Eduardo Pimentel citou o recente anúncio de que Curitiba é a capital menos desigual do Brasil e a melhor em questão ambiental. Ele perguntou ao candidato Luizão Goulart sobre sustentabilidade, que respondeu sobre ter conseguido acabar com as enchentes em Pinhais, cidade da região metropolitana em que foi prefeito por oito anos (2008-2016).

Luizão Goulart retomou o assunto do transporte coletivo e perguntou a Luciano Ducci sobre as licitações sem transparências feitas em sua época de prefeito de Curitiba, que afirmou ter passado por todos os órgãos controladores e reguladores do sistema.

Luciano Ducci perguntou à Maria Vitoria sobre a saúde pública de Curitiba, criticando situações de ambulância em frente a hospitais e o fato de uma capital ser dependente de complexos médicos da região metropolitana. A deputada estadual voltou a detalhar a promessa em comprar consultas em clínicas particulares para suprir a alta demanda.

Na sequência, Maria Victoria citou o furto envolvendo a mãe, a ex-governadora Cida Borghetti, na da tarde desta sexta-feira (27), para falar sobre segurança pública. O escolhido por ela, Ney Leprevost disse que integrará as guardas municipais ao sistema de segurança, e assim dobrará os efetivos.

Ney Leprevost usou o tema livre para falar sobre perfis políticos e padrinhos. Andrea Caldas respondeu falando sobre seus programas atuais e a experiência que tem sendo gestora pública e professora.

Andrea Caldas falou sobre a fila de vagas em creches e Eduardo Pimentel. “O Plano Nacional de Educação diz que a prefeitura tem que disponibilizar 50% das vagas nas creches e nós disponibilizamos quase 60%. Nós estamos com o edital aberto de 10 mil vagas e geramos 12 mil nos últimos 8 anos. E no meu plano de governo está a construção de 36 creches, gerando 9 mil vagas”, finalizou.

Último bloco

O debate finalizou também com perguntas dos jornalistas do Grupo RicTv, nos moldes do primeiro bloco. O primeiro a responder foi o candidato Luizão Goulart, que voltou a ser questionado sobre a origem das promessas que faz em seu plano de governo. O candidato defendeu suas ideias e disse que cortará cargos políticos.

Em seguida, Eduardo Pimentel respondeu sobre a população de rua, citou a ampliação do programa FAS SOS e ainda defendeu que os trabalhos precisam ser multidisciplinar.

Ney Leprevost falou sobre meio ambiente e a construção de novos parques lineares. Ele atacou a atual gestão e citou recentes cortes de árvore para construção de terminais de ônibus e ampliação de ruas.

Andrea Caldas foi indagada sobre segurança pública e a desmilitarização que diz em seu plano de governo. Segundo ela, a ideia não é tirar a arma da polícia, mas trabalhar com a concepção que foge da guerra a polícia urbana precisa atuar na prevenção como guarda comunitária.

Maria Victória afirmou que vai zerar a fila de creches com vales na rede credenciadas por meio de melhores incentivos que os convênios atuais.

Pra finalizar, Luciano Ducci mencionou sobre os radares educativos que constam em seu plano de governo. Segundo ele, os radares atuais têm, sim, o intuito de aumentar a arrecadação.

O debate finalizou com as considerações finais de cada candidato e após o encerramento uma grande entrevista coletiva individual com os adversários sobre a avaliação do penúltimo encontro que antecede a eleição.

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