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Reserva Natural no Litoral do Paraná com cachoeira de 100 metros completa 30 anos

Ao longo desses 30 anos, 56 hectares que estavam degradados no momento da aquisição da reserva foram restaurados
(Foto: José Paiva / Fundação Grupo Boticário)
Ao longo desses 30 anos, 56 hectares que estavam degradados no momento da aquisição da reserva foram restaurados

Redação*

09/12/24
às
7:07

- Atualizado há 11 meses

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A Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica, completa 30 anos. Criada em 1994 e mantida desde então pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, está localizada em Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná, a 172 quilômetros de Curitiba.

Situada em uma região reconhecida como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, a reserva apresenta uma área conservada de 2.253 hectares, que contribui para a proteção da Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado pelo desmatamento no Brasil, no qual vivem mais de 70% da população brasileira.

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Inserida na Grande Reserva Mata Atlântica (GRMA) – região que abriga o maior remanescente contínuo do bioma no país – e referência em atividades educativas, no turismo de natureza e na promoção de pesquisas científicas voltadas à conservação, a Unidade de Conservação (UC) é ainda uma Solução Baseada na Natureza (SBN) que contribui para a adaptação às mudanças climáticas, garantindo a infiltração da água no solo, a manutenção de mananciais de abastecimento, a regulação do clima, a fixação de carbono, a proteção da biodiversidade e a proteção de encostas. Ao longo desses 30 anos, 56 hectares que estavam degradados no momento da aquisição da reserva foram restaurados – área que antes era ocupada por pastos para a criação de búfalos.

Na reserva, já foram identificadas 324 espécies de aves, 36 de répteis, 102 de mamíferos, 54 de anfíbios, 69 de peixes e 693 de plantas. Aberta à visitação desde 1996, já recebeu aproximadamente 162 mil visitantes, do Brasil e do exterior. A Unidade de Conservação se destaca também como rota de observação de aves – com 16% das 1.971 espécies conhecidas no Brasil e 36,2% das 893 aves registradas na Mata Atlântica. Entre as espécies avistadas em Morato estão a jacutinga (Aburria jacutinga), o jaó-do-sul (Crypturellus noctivagus) e o tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata), conhecido pela dança de cortejo envolvendo vários machos, ritual registrado no documentário Nosso Planeta, com imagens gravadas na Reserva.

“Salto Morato é ainda uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), categoria de Unidade de Conservação privada que representa um enorme compromisso da Fundação Grupo Boticário não apenas com a conservação de uma área muito importante para a biodiversidade na Mata Atlântica, mas também com a sociedade, a natureza e seu futuro. Isso porque a criação de uma RPPN garante a perpetuidade da preservação daquela área”, explica Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.

Atrativos e estrutura

Entre os principais atrativos da reserva está a cachoeira que dá nome ao local: o Salto Morato, com mais de 100 metros de altura. O acesso é possível por meio de uma trilha de 1.500 metros, classificada como leve, com duração aproximada de duas horas para ir e voltar. No percurso, o visitante pode conhecer e mergulhar em um aquário natural. Outra opção é a Trilha da Figueira by Arbo, que leva o visitante até uma enorme árvore centenária que forma uma ponte-viva sobre o Rio do Engenho. O caminho de cinco quilômetros em meio à floresta, classificado como de nível médio, é feito em cerca de três horas.

As crianças têm ainda uma opção de aventura preparada especialmente para elas: a Trilha das Brincadeiras. Com percurso de aproximadamente 500 metros, a atração conta com diferentes experiências e atividades lúdicas que colocam a garotada em contato com a natureza. Nela, os pequenos passam por “desafios”, como a cabana de madeira, o túnel da cigarra e a perna de pau.

A Reserva Natural Salto Morato possui um Centro de Visitantes com diferentes informações para que o turista conheça mais a região em que está. Oferece ainda estrutura de camping, com capacidade para até 12 barracas, contendo banheiros, chuveiros com água quente, churrasqueira, sistema Wi-Fi e acesso ao rio. Para visitar a Reserva é necessário adquirir o ingresso no site.

Um pouco de história

O local onde está a Reserva Natural Salto Morato era, originalmente, uma fazenda de criação de búfalos. Em 1994, quatro anos após criar a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, o empresário paranaense Miguel Krigsner, fundador de O Boticário, adquiriu a área com o intuito de proteger a biodiversidade de um importante trecho de Mata Atlântica. A escolha da área foi estratégica para a conservação do bioma por contar com uma riqueza muito grande de espécies de plantas e animais e por estar localizada em um grande contínuo de floresta atlântica.

“Unidades de Conservação contribuem para a proteção das áreas naturais de diversas formas, tendo diferentes classificações de acordo com a sua proposta de manejo, podendo ser de proteção integral ou uso sustentável. Salto Morato permite o turismo responsável, o estudo científico conservacionista e a educação ambiental”, explica André Zecchin, biólogo e gerente da Reserva Natural Salto Morato.

No primeiro ano da reserva, uma nova espécie de peixe foi descoberta por um projeto apoiado pela Fundação e batizada como Listrura boticario. O peixe foi encontrado pelos pesquisadores Mário de Pinna e Wolmar Wosiacki. Ao todo, a Reserva já foi laboratório para 123 pesquisas de 103 pesquisadores e 35 instituições, com destaque para estudos sobre mudanças climáticas, restauração de florestas e espécies ameaçadas de extinção. Além disso, Salto Morato também vira sala de aula para centenas de estudantes da educação básica, de graduação e pós-graduação de diferentes regiões do Paraná e outros Estados, para atividades diversas.

A partir de 1996, mesmo ano em que a Reserva foi aberta à visitação do público, foi criado o Programa de Voluntariado da Reserva Natural Salto Morato, no qual os participantes apoiam diversas atividades relacionadas ao manejo da unidade e têm a oportunidade de buscar aperfeiçoamento profissional e acadêmico. Desde então, a reserva já recebeu 283 voluntários.

Desde 2009, mudas de palmeira-juçara (Euterpe edulis), espécie nativa da Mata Atlântica ameaçada de extinção e protegida por lei, têm sido plantadas em diferentes áreas da reserva, a fim de enriquecer trechos da floresta e contribuir com a sua conservação e de espécies que se alimentam de seus frutos, como a jacutinga (Aburria jacutinga), ave ameaçada de extinção. Até o momento, 18 hectares foram enriquecidos com mais de 14 mil mudas plantadas.

Em 2018, foi feito o primeiro registro de uma onça-pintada (Panthera onca) na região, por meio do projeto Conservação de Grandes Mamíferos no Corredor da Serra do Mar, iniciativa coordenada pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) e Instituto Manacá, com apoio da Fundação Grupo Boticário. O último registro na região da Serra do Mar paranaense havia sido feito há mais de 20 anos e aquela foi a primeira vez que o animal foi filmado na região. A presença de grandes mamíferos é um importante indicador de qualidade de habitat em ampla escala, uma vez que são animais que precisam de grandes áreas conservadas para reprodução, refúgio e alimentação, participando do equilíbrio da cadeia alimentar. Hoje, a Reserva faz parte da Rede de Monitoramento do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar.

Serviço

Reserva Natural Salto Morato

Endereço: Rodovia PR, 405 – Comunidade Morato Guaraqueçaba (PR)

Funcionamento: terça-feira a domingo, incluindo feriados, das 8h30 às 16h, vagas limitadas

*Com informações da assessoria de imprensa

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