- Atualizado há 2 anos
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A primeira-vice-corregedora da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), vereadora sargento Tânia Guerreiro (União), afirmou nesta quarta-feira (14) que vai analisar com rigor a conduta do mandato do parlamentar Ezequias Barros (PMB), após um assessor dele ser flagrado pela reportagem do Portal Nosso Dia saindo de uma academia com um carro oficial do Poder Legislativo Municipal no último dia 8, feriado de Corpus Christi.
A Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba instaurou um processo de investigação para apurar o caso nesta terça-feira (13), em decorrência da reportagem veiculada no Portal Nosso Dia. Em nota, a CMC afirmou que o caso foi “repassado à 1ª Vice-Corregedora, Vereadora Sargento Tânia Guerreiro, para análise dos atos em tese praticados e adoção das providências regimentais cabíveis”. Além disso, a Câmara afirmou que os veículos oficiais não devem ser utilizados para fins pessoais, apenas em serviço.
Reeleito com 4.091 votos, o pastor Ezequias Barros é membro da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e também atua como corregedor, órgão responsável por monitorar a conduta dos vereadores com base nas regras previstas na legislação. Devido ao cargo que ocupa, o processo sobre a apuração do uso de carros oficiais em que ele se envolveu foi encaminhado para a primeira-vice-corregedora.
“Estamos analisando os fatos e, depois de analisado, vamos tomar as providências regimentais”, afirmou Guerreiro nesta quarta (14). Ao ser questionada se o fato de um corregedor da Câmara estar envolvido no caso investigado influenciará na tomada de decisões, a vereadora afirmou: “De jeito nenhum. Regras são feitas para serem cumpridas, e é isso que vamos fazer”.
No registro feito pela reportagem, o assessor e a esposa aparecem usando trajes de academia e deixando o estabelecimento por volta das 13h do dia 8. O assessor negou que a prática seja ilegal e afirmou que, logo após, iria a um compromisso oficial do mandato. O vereador Ezequias Barros confirmou que o assessor estava na academia, mas que “chamou atenção para que isso não ocorra mais”. Ele também disse que se colocou à “disposição da presidência para esclarecimentos que forem necessários”.
O casal foi questionado sobre o uso do veículo Volkswagen Virtus, de placas BEF4A16, para fins particulares no feriado. “O que vocês estão fazendo com o carro da Câmara aqui?”, questiona o jornalista. O assessor, após se identificar, afirma que seu carro pessoal está “estragado e sendo reformado”. “Hoje, estou usando o carro da Câmara porque tive que voltar para casa sem o carro”, completou ele. O assessor, então, sai do veículo e diz que está trabalhando, embora fosse feriado na capital paranaense. Ele também argumenta que sua conduta não é irregular e pede que o jornalista desligue a câmera. “Desliga a câmera e eu converso com você”, pede o assessor, seguido pela negativa do profissional da comunicação.
O assessor, então, admite que estava na academia e expõe que o vereador Ezequias Barros — que é pastor de uma igreja evangélica — não tem conhecimento da prática, dizendo que, logo depois, se encontraria com o parlamentar em um evento. “Se eu estou usando o carro para fins pessoais, para vir na academia e depois trabalhar, isso é irrelevante para mim. […] Hoje, é feriado e um dia que eu poderia estar em casa descansando”, completa ele antes de afirmar que está “em horário de almoço”. Entre os argumentos, o assessor do vereador afirmou também que está lotado há sete anos no gabinete do vereador Ezequias Barros e disse que não costuma utilizar o carro oficial da Câmara Municipal de Curitiba para fins particulares. Há, porém, no Portal da Transparência, a informação de que ele pertence ao mandato do vereador Ezequias desde junho do ano passado.
“Nós tomamos conhecimento [do caso] pela imprensa e imediatamente encaminhamos para a Corregedoria. Neste caso, o corregedor é envolvido na situação e está obviamente impedido de participar do processo de avaliação do fato. Encaminhamos a situação à primeira-vice-corregedora para que ela tome as providências”, disse o presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba, Marcelo Fachinello (PSC), em entrevista nesta quarta (14).
A Corregedoria tem 30 dias para analisar o caso e agir em relação à conduta do vereador.