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O homem preso por matar Oziel Branques dos Santos, de 41 anos, dentro de um biarticulado da linha Santa Cândida/Capão Raso, em Curitiba, em um ataque homofóbico a um casal, matou outra pessoa no mesmo dia, no Centro de Curitiba, e a companheira há cerca de dez dias. As informações foram divulgadas pelo Portal g1PR nesta terça-feira (18).

Segundo as investigações, os assassinatos cometidos pelo suspeito também foram feitos com uma faca. O homem tem várias passagens pela polícia por crimes como roubo, organização criminosa e identidade falsa, além de uma condenação por homicídio. Estava nas ruas pelo uso de tornozeleira eletrônica.

Prisão por tempo indeterminado

O suspeito cometeu o crime ao lado do sobrinho, de 17 anos, que foi apreendido. Oziel defendeu um casal de ataques homofóbicos e levou várias facadas do suspeito, no bairro Alto da Glória. A prisão foi convertida em temporária pela Justiça.

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"Para a garantia da ordem pública, especialmente a integridade física e psicológica das vítimas sobreviventes, pela gravidade do crime e da propensão à reiteração delitiva", justificou a juíza Fernanda Orsomarzo no pedido de prisão.

Ainda na decisão, a Justiça lamentou os discursos de ódio que causam este tipo de crime. "É preocupante constatar que o discurso de ódio a que estão historicamente submetidos determinados grupos sociais vem ganhando cada vez mais força, tolhendo um casal do direito de simplesmente existir sem medo de ser atacado, injuriado ou morto a qualquer momento", afirmou no documento.

O sobrinho dos suspeito está apreendido e teve a internação provisória decretada pela Justiça.

Herói

Oziel Branques dos Santos, de 41 anos, foi chamado de herói em nota divulgada pelo Grupo Dignidade, coletivo que defende os direitos da população LGBTQIAP+ em Curitiba. O homem morreu esfaqueado, no último domingo (16), ao defender um casal vítima de ataques em um ônibus biarticulado, no bairro Alto da Glória, em Curitiba.

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Na nota, o Grupo Dignidade expressou condolências aos familiares de Oziel. "Expressamos nossa profunda tristeza e consternação pelo trágico acontecimento. Oferecemos solidariedade ao homem que, em um gesto de extrema bravura, se levantou contra a injustiça e a intolerância. Sua empatia não será esquecida e deve servir como um poderoso lembrete da necessidade de combatermos o ódio e a violência. Lamentamos que uma atitude tão nobre tenha encontrado um fim tão trágico", diz o documento.

Em outro trecho da nota, o coletivo pediu uma reflexão da sociedade. "É imprescindível nos questionarmos quem afiou a faca, qual a autoria intelectual dos crimes cometidos. Está situação que está sendo imposta a nossa sociedade e adoecendo os indivíduos precisa ser interrompida imediatamente. Não podemos permanecer apáticos às inúmeras formas de violência que estamos sofrendo. Precisamos nos mobilizar", conclui a nota.