- Atualizado há 2 anos
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) adiou por dez sessões, nesta terça-feira (14), a votação de projeto de lei que quer colocar um fim na proibição do uso de celulares dentro de agências bancárias na capital. A regra foi aprovada em 2010 e tinha como justificativa promover a segurança de clientes e funcionários, especialmente porque na época era comum o crime de ‘saidinha de banco’, quando o cliente era abordado do lado de fora após realizar um saque.
Na época da lei, os bandidos se comunicavam por aparelho celular de dentro da agência para avisar sobre o saque de grande volume de dinheiro dentro da agência bancária. Entretanto agora, para a vereadora Amália Tortato (Novo), autora do projeto, a realidade mudou.
“É um projeto para retirar a proibição do uso dos celulares que existe aqui em Curitiba. Foi um movimento que aconteceu em 2010 pelo Brasil inteiro e agora o movimento é oposto, de fazer essa revogação. É isso o que prevê o nosso projeto. O que trazemos como justificativa são os novos tempos que vivemos. Muitas vezes o gerente e funcionários do banco perguntam se estamos com o celular, até para autorizações do banco, então a gente entende que hoje isso não faz mais qualquer sentido”, afirmou a vereadora, em entrevista ao Portal Nosso Dia.
Questionada se isso pode trazer de volta o crime de ‘saidinha de banco’, a vereadora afirmou que não tem esse temor. “Hoje poucas pessoas fazem saques na agência bancária. A criminalidade é um jogo de gato e rato. A tecnologia avança e os criminosos também. É raro você ir fazer um saque, normalmente é de forma online, assim como eles também fazem os golpes assim”, pontuou.
Além disso, a vereadora disse que o projeto prevê autonomia para o banco impor a regra que considere necessária. “Se um determinando banco entender que é necessária a proibição do celular, ele tem autonomia para fazer isso”, destacou.
O vereador Bruno Pessuti apoia o projeto e acredita que a proibição se tornou inócua nos dias de hoje. “É uma iniciativa que pode ser polêmica, mas se tornou inócua nos dias de hoje, porque as pessoas já fazem o uso do celular nas agências, seja para liberar um acesso ou pagar uma conta. Os bancos podem fazer outras formas para garantir a segurança dos usuários. Uso do celular não é um indicativo de que um crime vá acontecer”, opinou.
Por sua vez, João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba, afirmou, durante a sessão que definiu pelo adiamento, que é totalmente contrário ao projeto e que ele pode gerar insegurança. “As pessoas mais simples da nossa cidade e das outras cidades do Paraná ainda usam dinheiro. Eles pagam conta com dinheiro, porque muita gente não tem conhecimento para manusear um telefone ou computador. Daí vai na agência, saca dinheiro e são vitimas desses criminosos. Por isso, a gente pede aos vereadores que pensem bem ao votar esse projeto, porque podem trazer de volta o crime de ‘saidinha de banco’ em Curitiba”, argumentou.
Responsável pelo pedido de adiamento, o vereador Dalton Borba (PDT) afirmou que faltam dados mais concretos para que a retirada da proibição seja votada. “Nós estamos trabalhando com dados fornecidos sem nenhuma fonte de origem. Todos os dados que foram expostos até o momento neste plenário são fruto de achismo ou pelo menos sem fonte fidedigna. Então, venho reiterar que não estou aqui pedindo adiamento porque não concordo com o projeto, mas tenho a impressão que é dever desta casa trabalhar com dados e informações oficiais”, ponderou.
Atualmente, a norma autoriza os estabelecimentos financeiros a apreender aparelhos de telefone em uso dentro das agências, como medida de prevenção de delito