A denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) ainda nem foi oferecida, mas os tiros feitos em um posto de combustíveis do bairro Cristo Rei, em Curitiba, já prometem intensa disputa judicial.
Para a defesa do policial federal Ronaldo Massuia Silva, foram designadas quatro bancas de advogados: Nilton Ribeiro, Claudio Dalledone, Roberto Bona Junior e Alexandre Salomão.
Entre as defesas notórias da banca, uma merece especial destaque pela proporção do caso: a do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, que foi assassinado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Dalledone defende a família Brittes, formada por três suspeitos de participação no crime. Edison Brittes, por exemplo, confessou a morte e segue preso. Mas, o agora colega de banca Nilton Ribeiro é advogado da família de Daniel e atua como assistente de acusação no caso.
Dalledone ainda participou de diversos outros casos emblemáticos, como a defesa de Luis Felipe Manvailer, condenado de matar a advogada Tatiane Spitzner, e a do goleiro Bruno. O advogado deve ganhar visibilidade também em podcast que atualmente está em exibição na Globoplay: o Projeto Humanos – Altamira. Ele defendeu Valentina de Andrade, que foi acusada de participar da morte de diversas crianças no estado do Pará. Ela foi absolvida.
Assistência de acusação
Na disputa de forças, a família do fotógrafo André Muniz Fritoli, que foi morto pelos disparos, também contará com poderosa banca de advogados.
O nome mais conhecido é o de Elias Mattar Assad, que ganhou notoriedade pela defesa da médica Virgínia Soares, que foi acusada de adiantar a morte de dezenas de pacientes no Hospital Evangélico. Ela chegou a ser absolvida, mas após recurso agora aguarda realização de júri popular. O advogado também foi atuante no Caso Luiz Fernando Ribas Carli Filho, condenado pela morte de dois jovens no trânsito. Como defensor da família Yared, atuou no processo contra o ex-deputado.
A filha de Mattar Assad, Thaise, também atua no processo. Apesar de jovem, ela já participa de casos importantes, como a assistência de acusação do Caso Isabelly, youtuber que foi morta no Litoral do Paraná. Neste caso, vale destacar, Dalledone atua na defesa do acusado, Éverton Vargas.
Thaise Mattar Assad, mais recentemente, também defendeu Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, menino de quatro anos que foi morto no Rio de Janeiro. No mesmo caso, Dalledone atua na defesa do médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho.
Ygor Nasser Salah Salmen e Edson Luiz Facchi Junior ganharam destaque pelo Caso Rosaira, copeira que foi assassinada por pela policial civil Kátia das Graças Belo em uma festa de confraternização no bairro Centro Cívico. Ele atua na assistência de acusação e o júri popular está marcado para o próximo dia 26 de maio, em Curitiba.
Salmen também defende Danir Garbossa, que é acusado de matar uma funcionária do Condor Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, após supostamente se recusar a colocar máscara para entrar no hipermercado na pandemia. Ele ainda foi assistente de acusação no feminicídio de Daniela Alves, que foi morta pelo marido Emerson Bezerra em Fazenda Rio Grande, também na região metropolitana.
Tiros em posto de Curitiba
O policial federal Ronaldo Massuia Silva entrou na loja de conveniências de um posto na Av. Sete de Setembro e atirou contra quatro pessoas depois de uma discussão. O caso aconteceu no fim da noite de domingo (1).
Fritoli morreu, uma mulher ficou gravemente ferida e outros dois rapazes foram socorridos ao hospital.
O policial disparou depois de uma discussão, supostamente por ter estacionado de forma irregular e não ter gostado de ter sido questionado sobre isso, segundo a Polícia Militar (PM).
A Polícia Civil já encerrou o inquérito do caso.
