- Atualizado há 2 anos
Um borrachudo incomoda muita gente, dois borrachudos incomodam, incomodam muito mais… Pela quantidade destes insetos, especialmente em locais perto de rios em Curitiba, daria para ficar uma semana cantando o refrão da conhecida música. Para tentar diminuir os danos causados pelo picador, o vereador Bruno Pessuti (Pode) decidiu declarar guerra contra o inseto e pediu ajuda à Prefeitura de Curitiba.
Munido de raquete mata inseto, repelente e ofícios, Pessuti entrou no front da luta contra o borrachudo nesta semana, após ser alertado por moradores de Curitiba. Um deles é Rafael Schmitt, que criou o perfil no Instagram @borrachudoscuritiba, no qual fala sobre como o isento impacta o dia a dia dos curitibanos.
“Três anos que eu moro na beira do Rio Cascatinha, em Santa Felicidade, e a gente é diariamente assolado por essa praga que tira a nossa paz. É demais, porque muitas vezes são nuvens de insetos. A gente tem que ficar preso em casa ou só consegue sair de repelente e com muita roupa, porque o danado acha um espaço para picar”, contou ao Nosso Dia.
Rafael afirmou que também frequenta parques de Curitiba e o problema é o mesmo, especialmente nas beiras de rio. “É o habitat deles, a fêmea pica porque precisa do sangue humano para copular a larva. Todo mundo sofre há muito tempo, criei o perfil e outras vítimas do borrachudo apareceram”, destacou.
Ao Portal Nosso Dia, o biólogo Silveira Filho confirmou que o borrachudo tem se tornado uma praga cada vez maior, especialmente pela diminuição de predadores naturais, como libélulas e peixes pequenos. “Com a diminuição destes animais, aumentam os borrachudos, que têm como habitat os ambientes de curso de água mais rápidos”, destacou.
Embora em casos raros possam transmitir doenças como a febre oropouche, que pode evoluir para um tipo de meningite, o maior incomodo é mesmo a coceira e irritação da pele. “Pode provocar danos à saúde humana, são casos raros, mas você tem que ir acompanhando o desenvolvimento da espécie e aumento dela. O maior dano no momento é mesmo o incômodo e a coceira.
Segundo o biólogo, o problema pode ser amenizado pelo uso de um larvicida que não afeta a qualidade da água. É justamente isso que o vereador Bruno Pessuti pediu à Prefeitura de Curitiba, em um ofício encaminhado nesta semana.
“A gente tem acompanhando ao longo dos últimos meses as atividades ao ar livre em que esse pequeno inimigo causa uma picada que coça bastante. Quem vai passear nos parques sempre encontra essa companhia indesejada. Fizemos esse contato e sugestão para que a Prefeitura possa adquirir um larvicida, para combater esse pequeno inseto que tem dado tanto trabalho”, disse o vereador ao Nosso Dia.
Pessuti afirmou que é uma busca por um ato de gestão em conjunto com a Prefeitura de Curitiba, mostrando a vontade de população de que esse inseto precisa ser combatido. “A aplicação seria principalmente próximo aos rios, onde o inseto deposita os ovos. Por mais que a pessoa use o repelente, não é o suficiente, o borrachudo consegue achar um espaço para fazer a picada”, concluiu.
Sobre a demanda da população e do vereador, o Portal Nosso Dia entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba, que afirmou estar estudando como diminuir o problema. Confira a nota completa:
A proliferação dos borrachudos pode ser explicada pelo regime de chuvas e pelo calor, efeitos diretos das mudanças climáticas na cidade. A Prefeitura de Curitiba recebeu manifestações da população e de vereadores e está estudando uma forma de minimizar o incômodo causado pela presença excessiva desses insetos, principalmente em áreas verdes e seus entornos.