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O Ministério Público do Paraná, por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos Contra a Vida da capital, ofereceu denúncia criminal contra  Vagner do Prado, de 41 anos que matou Oziel Branques dos Santos, de 41 anos, quando ele tentou defender um casal homoafetivo agredido e ofendido dentro de um ônibus biarticulado. O caso aconteceu no dia 16 de junho em Curitiba.

O casal estava no interior de um coletivo da linha Santa Cândida-Capão Raso quando passou a ser ofendido e agredido pelo denunciado e seu sobrinho, um adolescente de 17 anos. Na ocasião, um homem de 40 anos tentou defender o casal e foi assassinado a facadas pela dupla – o denunciado teria segurado a vítima para que seu sobrinho o esfaqueasse, atingindo-o por 16 vezes.

A denúncia indica os crimes de homicídio qualificado (por motivo torpe, emprego de meio cruel e praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), corrupção de menor e transfobia (injúria transfóbica equiparada a racismo).

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Assim como o denunciado, o adolescente que participou do crime também está detido, e seu processo corre sob sigilo na Vara da Infância e da Juventude.

Oziel foi assassinado dentro de biarticulado (Foto: Redes Sociais)

O crime

O suspeito cometeu o crime ao lado do sobrinho, de 17 anos, que foi apreendido. Oziel defendeu um casal de ataques homofóbicos dentro do ônibus e levou várias facadas do suspeito, no bairro Alto da Glória. A prisão foi convertida em temporária pela Justiça.

"Para a garantia da ordem pública, especialmente a integridade física e psicológica das vítimas sobreviventes, pela gravidade do crime e da propensão à reiteração delitiva", justificou a juíza Fernanda Orsomarzo no pedido de prisão.

Ainda na decisão, a Justiça lamentou os discursos de ódio que causam este tipo de crime. "É preocupante constatar que o discurso de ódio a que estão historicamente submetidos determinados grupos sociais vem ganhando cada vez mais força, tolhendo um casal do direito de simplesmente existir sem medo de ser atacado, injuriado ou morto a qualquer momento", afirmou no documento.

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O sobrinho dos suspeito está apreendido e teve a internação provisória decretada pela Justiça.

Herói

Oziel Branques dos Santos, de 41 anos, foi chamado de herói em nota divulgada pelo Grupo Dignidade, coletivo que defende os direitos da população LGBTQIAP+ em Curitiba. O homem morreu esfaqueado, no último domingo (16), ao defender um casal vítima de ataques em um ônibus biarticulado, no bairro Alto da Glória, em Curitiba.

Na nota, o Grupo Dignidade expressou condolências aos familiares de Oziel. "Expressamos nossa profunda tristeza e consternação pelo trágico acontecimento. Oferecemos solidariedade ao homem que, em um gesto de extrema bravura, se levantou contra a injustiça e a intolerância. Sua empatia não será esquecida e deve servir como um poderoso lembrete da necessidade de combatermos o ódio e a violência. Lamentamos que uma atitude tão nobre tenha encontrado um fim tão trágico", diz o documento.

Em outro trecho da nota, o coletivo pediu uma reflexão da sociedade. "É imprescindível nos questionarmos quem afiou a faca, qual a autoria intelectual dos crimes cometidos. Está situação que está sendo imposta a nossa sociedade e adoecendo os indivíduos precisa ser interrompida imediatamente. Não podemos permanecer apáticos às inúmeras formas de violência que estamos sofrendo. Precisamos nos mobilizar", conclui a nota.

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