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Protesto contra terceirização das escolas reúne milhares em Curitiba; APP fala em ‘grande adesão’

A APP Sindicato, responsável pelo movimento grevista, fala em grande adesão e que, de forma total ou parcial, 100% das escolas devem aderir ao movimento
Movimento intenso de professores e educadores na Praça Santos Andrade (Foto: Geovane Barreiro - Nosso Dia)
A APP Sindicato, responsável pelo movimento grevista, fala em grande adesão e que, de forma total ou parcial, 100% das escolas devem aderir ao movimento

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro

03/06/24
às
9:27

- Atualizado há 6 meses

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Uma grande manifestação na manhã desta segunda-feira (3) na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, marcou o início da greve dos professores das escolas públicas do Paraná, contra o projeto de lei que prevê a terceirização da gestão administrativas dos colégios do estado. A APP Sindicato, responsável pelo movimento grevista, fala em grande adesão e que, de forma total ou parcial, 100% das escolas devem aderir ao movimento.

Ao Portal Nosso Dia, durante a manifestação desta segunda-feira, a presidente da APP Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, afirmou que o primeiro dia da greve está sendo muito positivo. “Estamos em um ato em que esperamos de 10 a 15 mil pessoas e temos concentração em todo o estado. Nós ainda estamos fazendo levantamento das escolas, temos algumas 100% paradas e outras com paralisação parcial. Provavelmente teremos paralização em 100% das instituições, seja total ou parcial”, afirmou.

Após a manifestação, a sindicalista explicou que o grupo caminhará até a Assembleia Legislativa do Paraná, onde nesta segunda-feira (3) os deputados votarão o projeto de lei. “Vamos em caminhada à Alep. Esperamos poder entrar na Alep acompanhar a sessão e pedir a suspensão do PL, para que se possa fazer uma melhor discussão. Esperamos ser recebidos pacificamente. O receio de ser mal recebido a gente sempre tem, mas nossa luta é pela defesa da escola pública. Estamos defendendo que a escola continue sendo pública e não torne lucro no bolso dos empresários”, salientou.

Sobre a decisão da Justiça pela suspensão da greve, Walkiria Mazeto destacou que no entendimento da APP não há ilegalidade no movimento. “O pedido de suspensão está vinculado a um plano sobre como vamos atender os estudantes e ontem fizemos o nosso posicionamento à Justiça, iniciando a greve hoje. Não está no despacho a necessidade de uma nova decisão e, como entregamos o plano, nosso entendimento é de que cumprimos o que foi pedido pelo judiciário”, ressaltou.

Por fim, a presidente da APP pediu que os pais entendam que a luta é pela educação pública. “Pedimos que os pais entendam a nossa luta e não levem os filhos para as escolas em que se está com 100% de adesão. Nós temos compromisso da reposição destes dias parados, porque a nossa luta é pela qualidade da educação”, concluiu.

Movimento intenso de professores e educadores na Praça Santos Andrade (Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)

Projeto equivocado

Também presente na manifestação, o deputado estadual Professo Lemos (PT) disse ao Portal Nosso Dia o que será feito na Alep para tentar evitar a votação do projeto. “Nós vamos receber a comissão de professores, funcionários, pais e estudantes às 11h na Alep. Vamos trabalhar para ser retirado de pauta, porque esse projeto prejudica a educação pública do Paraná, transferindo dinheiro da educação para os empresários. A educação não pode ser tratada como mercadoria. Uma empresa privada não precisa prestar contas os ao Tribunal de Contas, permitindo desvio de verbas”, criticou.

O deputado ainda argumentou a precariedade na contratação de futuros profissionais da educação. “Compromete os profissionais da educação, com contratação precária, quando deveria ser por concurso público, podendo mandar embora a hora que quiser. Os professores ficarão a mercê dos empresários e poderá haver até perseguição política aos que não forem cabos eleitorais do governante do momento. Isso atenta à liberdade de ensinar. É um projeto que não deu certo em alguns países e não dará aqui no Paraná”, concluiu.

Secretário de Educação criticou APP Sindicato

Em um dia de incertezas nas escolas estaduais do Paraná, com muitos pais em dúvida se levam as crianças às aulas, o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, afirmou que a APP Sindicato faz terrorismo e está preocupada em perder membros. A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (3) no Jornal da Manhã, da Jovem Pan Curitiba.

Miranda afirmou que o projeto de lei Parceiros da Escola, que prevê a terceirização da gestão administrativa das escolas do Paraná e deve ser votado nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), é alvo de ataques infundados. Afirmou ainda que a APP Sindicato, que representa os professores, está preocupada em perder membros com a contração por meio de CLT prevista no programa.

“Nada muda aos estudantes. O que acontece é um terrorismo, porque o sindicato não aceita perder membros. O projeto garantirá até uniformes gratuitos. A gente vê fakes news e mentiras de que os estudantes terão que pagar mensalidade. O projeto não prevê isso”, afirmou o secretário.

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