Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui. Siga o Nosso Dia no InstagramFacebook e Twitter

Uma multidão de manifestantes, ligados a APP Sindicato, invadiu e o ocupou parte do prédio da Assembleia Legislativa do Paraná, na tarde desta segunda-feira (3), para evitar a sessão que pode aprovar a terceirização da gestão administrava das escolas estaduais do Estado. O presidente da Casa, o deputado estadual Ademar Traiano, suspendeu a sessão em função da ação dos sindicalistas, mas a remarcou de forma remota para as 17h de hoje.

A Polícia Militar do Paraná (PMPR), por meio do Batalhão de Choque interveio e evitou que grupo entrasse no plenário. Parte dos sindicalistas acessou as galerias ao quebrar as portas de vidro do predio. Os manifestantes inicialmente derrubaram o portão de acesso principal da ALEP, ocuparam a rampa e quebraram as portas de vidro para entrar no plenário. Outra parte tentou acessar o imóvel pela entrada principal, onde a PM usou bombas de efeito moral e gás de pimenta para evitar a entrada, fazendo o grupo recuar. Três pessoas ficaram feridas, dois jovens com lesões leves e uma mulher, de 54 anos, com ferimentos moderados.

Neste momento, mesmo com a sessão suspensa, os manifestantes permanecem nas galerias e da ALEP e também nas rampas do prédio, ocupando os espaços. Os sindicalistas prometem permanecer no local o quanto for preciso para evitar a votação por parte dos deputados. Para a presidente da APP Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, a invasão foi fruto da falta de negociação do Governo do Paraná.

"Nós pedimos desde o início que o projeto fosse retirado de pauta e debatido conosco. Infelizmente, o governo não negociou e culminou na ocupação da Casa pelas pessoas. São mais de 20 mil pessoas nas ruas de Curitiba contra a venda da escola pública e, se houvesse uma mesa de negociação, nada disso teria acontecido hoje", afirmou.

Assista ao vídeo do momento da invasão:

Os sindicalistas querem pressionar os deputados a retirarem de pauta o projeto que cria o Programa Parceiros da Escola. Apesar do Governo do Paraná garantir que 85% das escolas estaduais funcionam normalmente neste primeiro dia de greve, a adesão ao movimento na manifestação pelo Centro de Curitiba, que agora chegou a ALEP, é grande.

PM interveio e impediu que grupo entrasse no prédio (Foto: Nosso Dia)

Greve política

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, afirmou que a adesão à greve dos professores da rede estadual de ensino é baixíssima nesta segunda-feira (3). Em entrevista ao Portal Nosso Dia, Ratinho Jr. disse ainda que a paralisação tem motivações políticas e não pensa na Educação do Paraná.

"A greve é ilegal, com baixíssima adesão, e a maioria dos alunos está com aulas normais. Isso mostra a maturidade dos professores em entender que os sindicalistas fizeram um monte de fake news sobre o projeto. Este programa já aconteceu na Inglaterra, no Canadá, e vai modernizar a educação, para ajudar o professor a não ficar cuidando de lâmpada apagada, descarga que não funciona no banheiro", disse o governador, que não se impressionou com o número de manifestantes na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, na manhã de hoje. "A gente viu que a manifestação é muito mais de professores da UFPR, que estão usando a manifestação da APP", afirmou.

O governador ainda lamentou que mais uma vez a APP Sindicato esteja indo contra a educação do Paraná. "A gente fica triste. Estes mesmo sindicalistas foram contra as três merendas, escolas cívico militares, que hoje temos fila de espera para entrar, contra escola em tempo integral e reestruturação da base. São contra porque são manipulados por partidos políticos. Nós somos a melhor educação do Brasil e temos certeza que isso vai transformar ainda mais", destacou.

Por fim, o governador explicou o motivo do projeto tramitar em regime de urgência e destacou que os pais levem as crianças às aulas. "Regime de urgência porque é algo importante. Temos até novembro para a consulta aos pais, para entrar em funcionamento no ano que vem, por isso essa necessidade. E os pais podem enviar os filhos as escolas, porque a adesão à greve está baixíssima. Os professores porque sabem que é uma greve política", concluiu.