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A realização de um sonho está cada vez mais próxima de se concretizar para famílias que receberão as primeiras casas do Projeto de Gestão de Risco Climático (PGRC) Bairro Novo da Caximba. Nesta terça-feira (25/6), elas fizeram as vistorias em suas moradias – etapa que antecede a entrega das chaves, marcada para a próxima quarta-feira (3/7).

“A comunidade da Vila 29 de Outubro participou de todas as etapas deste imenso projeto, desde a sua elaboração, pois foi para essas famílias que idealizamos a transformação da Caximba. A entrega das 60 primeiras casas será um momento histórico para nossa amada Curitiba”, destaca o prefeito Rafael Greca.

Na presença de técnicos da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) e da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), os futuros moradores verificaram o funcionamento de cada detalhe das novas moradias, para que tudo esteja impecável no dia da mudança.

Torneiras, tomadas, portas, janelas, tudo foi vistoriado e os moradores anotaram em uma ficha os itens que julgaram precisar de algum reparo. Moradora da vila desde 2012, a dona de casa Milene Mara Dissenha, 29 anos, não conteve as lágrimas ao entrar pela primeira vez em seu novo lar.

“Foi tudo tão difícil até chegar aqui, falta de luz, falta de água, alagamentos. E hoje, aqui na minha casa nova, não tenho palavras para dizer o que estou sentindo. Ver tudo pronto, um chão para pisar que não seja lama, é realmente um sonho”, disse Milene, bastante emocionada.

Ela vai morar com as duas filhas de 12 e 8 anos e um bebê de 1 ano e quatro meses, que irá crescer já na casa nova. “É muito gratificante ver a transformação que está acontecendo aqui e que lá atrás muitos não acreditavam. Estou com a mudança agendada, mas ainda não caiu a ficha, o coração está a mil de tanta felicidade”, diz, empolgada.

Tudo embalado

Moradora da 29 de Outubro desde 2014, a dona de casa Susana Martins, 28 anos, também foi uma das primeiras a vistoriar seu novo lar, onde será vizinha de suas duas irmãs e também do pai e mãe, ambos com dificuldade de locomoção. Durante o sorteio que definiu a destinação das casas, em maio, a Cohab possibilitou que fossem mantidos os laços de vizinhança, para que a comunidade tenha redes de apoio.

Ansiosa pela entrega das chaves, Susana e o marido se planejaram e desde o ano passado estão comprando tudo novo para recomeçar a vida. Na simples casa de madeira onde estão vivendo, os itens estão todos embalados: geladeira, cama, sofá, máquina de lavar roupa e microondas.

“Só vou abrir na casa nova, está tudo guardadinho. É um momento especial, porque nunca pudemos comprar coisas novas, por ser muito úmido as coisas estragavam rápido, era jogar dinheiro fora. Agora a felicidade e a expectativa só aumentam, porque o dia está chegando”, comemora Susana.

A estudante de enfermagem Annelori Pereira de Souza, 26 anos, está eufórica com a proximidade do dia da mudança. Mãe de quatro filhos, ela estava receosa com o espaço, mas o receio terminou durante a vistoria, quando ela conheceu o quintal.

“O quintal é ótimo, amplo, as crianças vão poder correr, brincar, sem precisarem ficar na rua, mas dentro da nossa casa. Além disso, é perto da escola e da creche. Estou muito feliz, já queria mudar hoje mesmo”, diz bem-humorada.

Projeto

Além das 60 casas que serão entregues na próxima semana, outras 925 estão em obras no Bairro Novo da Caximba, a maior intervenção socioambiental da história recente de Curitiba. Os benefícios serão para um total de 1.693 famílias, das quais 1.147 receberão moradias novas e 546 que vivem em locais da vila que não alagam terão seus lotes regularizados.

“Vamos começar a entregar o primeiro bairro inteligente e sustentável do Brasil. Será um marco na história da cidade, mais uma demonstração do porque Curitiba é tão premiada nacional e internacionalmente”, salienta o vice-prefeito Eduardo Pimentel.

Desenvolvido com financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD),o projeto prevê também obras de pavimentação, redes de drenagem, água e esgoto, um corredor verde e um dique para contenção de cheias.

As obras são coordenadas pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), com apoio da Unidade Técnico Administrativa de Gerenciamento (Utag), nas áreas ambiental e de obras, e da Cohab na regularização fundiária, elaboração dos contratos e trabalho social com as famílias.