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“Inexplicável e inaceitável”, diz advogado sobre absolvição de mulher por maus-tratos a animais

Justiça absolveu Maria Inês Demeterco, acusada de manter cerca de 300 animais em condições insalubres de higiene e alimentação
Justiça entendeu que mulher buscava constantemente soluções para a situação precária dos animais (Foto: Polícia Civil)
Justiça absolveu Maria Inês Demeterco, acusada de manter cerca de 300 animais em condições insalubres de higiene e alimentação

Redação Nosso Dia

18/10/25
às
8:26

- Atualizado há 3 semanas

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O advogado criminalista Ygor Nasser Salah Salmen, voluntário do Instituto Fica Comigo, classificou como “inexplicável e inaceitável” a decisão da Justiça de Curitiba que absolveu Maria Inês Demeterco, acusada de manter cerca de 300 animais em condições insalubres de higiene e alimentação.

Para Salmen, a absolvição representa um retrocesso no combate aos maus-tratos. “O assassinato de centenas de vidas inocentes não pode ser resumido em poucas palavras, tampouco na simples afirmação de que a ré ‘tentou agir para evitar o resultado, ainda que de forma desorganizada e insuficiente’. Esses animais morreram de forma indefesa. Entraram naquela residência para morrer. Quando foram resgatados, talvez tenham sentido, por um breve instante, a esperança de sobreviver, mas o que receberam foi, na verdade, uma sentença de morte”, afirmou

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Ao Nosso Dia, Salmen reforçou que a decisão judicial desconsidera o sofrimento dos animais e afirmou que o caso não deve ficar impune. “A decisão proferida é inexplicável. Inaceitável. Quem esteve naquele local e viu as centenas de ossos espalhados pelo chão sabe o horror do que aconteceu. Vamos recorrer. A verdade e a justiça precisam prevalecer”, concluiu.

A sentença que absolveu Maria Inês foi publicada nesta sexta-feira (17). O processo, que tramitava desde 2023, teve grande repercussão à época, quando centenas de cães e gatos foram encontrados mortos e em situação de abandono em uma residência na capital.

Na decisão, o juiz considerou que Maria Inês buscava soluções para o problema, mantendo contato com órgãos públicos, pedindo doações e realizando, dentro de suas possibilidades, cuidados básicos de alimentação e tratamento dos animais.

“As provas demonstram que a ré tentava buscar constantemente soluções para a situação precária dos animais, mantinha contato com órgãos públicos, pedia doações e, na medida do possível, realizava cuidados básicos de alimentação e tratamento”, diz trecho da decisão.

A advogada Ana Caroline Montanini, responsável pela defesa, comemorou o resultado e afirmou que a sentença reconhece o esforço de Maria Inês em meio às dificuldades financeiras e estruturais enfrentadas.

“Sempre afirmamos que Maria Inês jamais teve a intenção de praticar maus-tratos. Pelo contrário: ela dedicou sua vida à causa animal, dilapidou todo seu patrimônio e buscou ajuda de diversas instituições. A Justiça, agora, confirma essa verdade”, destacou Montanini.

O caso ganhou ampla repercussão em 2023, quando a mulher chegou a ser presa preventivamente e liberada mediante fiança. Na ocasião, o Ministério Público do Paraná apresentou denúncia por maus-tratos, mas a defesa demonstrou a existência de centenas de protocolos junto à Prefeitura e outros órgãos públicos, relatando as dificuldades do abrigo e pedindo apoio para alimentação e tratamento dos animais.

Embora ainda caiba recurso, com a sentença proferida, Maria Inês Demeterco é considerada inocente das acusações.

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