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Depois de 37 anos de trabalho, 35 deles dedicados à Prefeitura de Curitiba, João Carlos da Luz Bieda de Andrade, 65 anos, decidiu se aposentar. O último dia de trabalho do servidor, jardineiro da Fundação de Ação Social (FAS), foi nesta quarta-feira (31/8), com direito a um café da tarde organizado pelos colegas mais próximos.
“Agora é o momento de ficar mais perto da família, sossegar um pouco, cuidar da minha chácara, porque foram muitos anos de trabalho”, explica João Carlos, que é carinhosamente chamado de Inho pelos familiares e amigos. O pedido de aposentadoria já podia ter sido feito há cinco anos, mas ele preferiu continuar em atividade.
Mesmo com a aposentadoria, João Carlos não pretende ficar parado e já planeja continuar trabalhando com jardim, em Campo Magro, município da Região Metropolitana, onde mora com a esposa, uma das filhas e o neto caçula. “Não vou ficar sentado em casa, pois fui acostumado a trabalhar desde criança”, conta.
João Carlos fazia parte da equipe que cuida do jardim da sede da FAS, que tem uma área de 30 mil metros quadrados, no Campo Comprido, e também das unidades oficiais da instituição distribuídas nas dez regionais da cidade.
O agora aposentado comemora ainda o fato de deixar de percorrer 60 quilômetros diariamente, para a ida e volta do trabalho.
Pai de duas filhas, avô de três netos, João Carlos conta que desde criança ajudava os pais no trabalho de roça. Continuou trabalhando na agricultura, até ser contratado, em 1987, como tratorista pela extinta Fundação de Recuperação do Indigente (Frei), na Fazenda Solidariedade, em Campo Magro. O local funcionava como uma cooperativa de produção, com atividades agrícolas e de artesanato.
Criada em 1965, a Frei oferecia serviços da assistência e possibilidade de recuperação física, psíquica e espiritual a pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social que perambulavam pela cidade. Em uma fusão com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em 1991, deu lugar à FAS, que passou a ser responsável pelas ações na área socioassistencial no município.
Foi seu primeiro emprego com registro em carteira profissional. “Gostava muito de lá, do contato e convívio com as pessoas acolhidas que faziam tratamento da dependência química”, conta.
Com o encerramento das atividades da Fazenda Solidariedade, em 2009, passou a exercer a função de jardineiro da FAS.
João Carlos diz que vai sentir falta dos amigos e colegas de trabalho, com quem sempre teve um bom relacionamento. “Aqui, é uma família, passava a maior parte do meu tempo na FAS.”
O aposentado disse ser agradecido à Prefeitura de Curitiba pela oportunidade de ter feito uma carreira profissional no município e agora poder se aposentar.