- Atualizado há 4 semanas
O Ministério Público do Paraná confirmou nesta sexta-feira (8) que encontrou a foto das partes íntimas de um paciente de quatro anos, tirada em um hospital referência em atendimento infantil de Curitiba, no celular do técnico enfermagem preso por abuso sexual contra pacientes sedados. Neste caso, ele responderá por produção de conteúdo pornográfico envolvendo criança e armazenamento de conteúdo pornográfico infantil, já que não ficou comprovado que houve abuso.
“Um registro de imagem de região íntima por ocasião de internação de uma criança. Ele não compunha a equipe desta criança. Teve acesso privilegiado e fez um registro fotográfico apenas. Como é uma criança, preferimos manter o sigilo. Não há indícios de abuso”, afirmou a promotora Tarcila Santos Teixeira, do MPPR.
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O técnico de enfermagem foi denunciado por treze crimes: cinco casos de estupro de vulnerável, registro e compartilhamento não autorizado de intimidade sexual, produção de conteúdo pornográfico envolvendo criança, armazenamento de conteúdo pornográfico infantil, lesão corporal de natureza grave pela transmissão de doença incurável (HIV). Pesa ainda como agravante de aumento de pena o fato dos crimes terem sido cometidos em função do cargo que o denunciado ocupava – de profissional responsável pelos setores onde os abusos aconteceram – e das vítimas serem pessoas hospitalizadas, em situação de desgraça particular.
A denúncia, amparada em inquérito policial, relata estupros cometidos, entre novembro de 2023 e outubro deste ano, contra cinco vítimas (quatro delas já identificadas). Em todas as situações citadas nos autos as vítimas estavam sedadas.
Segundo a promotora Tarcila Santos Teixeira, do MPPR, outras denúncias ainda podem ser descobertas, já que o celular do técnico de enfermagem, que está preso preventivamente, passa por perícia. “Estamos entregando a denúncia contra o acusado pelos abuso sexuais em unidades de saúde em Curitiba, contra vítimas sedasas e internadas. As investigações ainda prosseguem, porque há vitimas não identificadas. Muito ainda pode ser recuperado no celular pela perícia, então há potencial de novas informações”, descreveu.
Caso condenado com pena miníma apenas pelos estupros, ele pegaria 40 anos de prisão. Além disso, será pedido indenização individual as vítimas e também coletivas. Por enquanto, não há indicíos de erro por parte do poder público. “Há um alerta que passa a permear as condutas em ter mais cuidado em quem você coloca para trabalhar com vulneráveis, mas neste caso não tempos indício de que essa pessoa tivesse um passado que justificasse um cuidado específico”, ressaltou.
As investigações sobre o caso tiveram início após o companheiro do investigado encontrar imagens dos abusos no celular dele. Ele está preso preventivamente.