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A Polícia Civil do Paraná pediu a prisão de Vagner do Prado, suspeito de matar um homem dentro do biarticulado Santa Cândida/Capão Raso após um ataque homofóbico, no último domingo (16), nove dias antes do crime. No dia 7 de junho, Vagner tinha matado a namorada após uma discussão no Centro de Curitiba, onde os dois viviam em situação de rua, o que levou ao pedido pelos policiais. Entretanto, até a tarde desta quarta-feira (19), a Justiça não tinha respondido.

"No dia 7 de junho, ele cometeu o feminicidio contra a namorada. Entrou em briga com a namorada e deu algumas facadas contra ela. Não localizaram o suspeito no local, que havia fugido. Neste mesmo dia, ele foi identificado e houve o pedido de prisão preventiva, onde estamos aguardando a decisão judicial", contou a delegada Camila Ceconello, responsável pela investigação do caso.

Além do feminicídio, na manhã do dia em que matou no ônibus Oziel Branques dos Santos, de 41 anos, o suspeito também assassinou um homem com quem discutiu na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba. "Houve ali uma discussão por ele ter matado a mulher e o um homem foi cobrar. Na discussão, ele teria segurado este homem e o sobrinho deu as facadas", relatou.

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Ainda de acordo com a delegada, o suspeito usava tornozeleira eletrônica desde novembro de 2023 pelo crime de roubo. Conforme a Ceconello, Vagner é perigoso e costumava agir na região central de Curitiba. "Ele realizava roubos na área central e também tem passagens por organização criminosa, tráfico de drogas, roubos e homicídio. Alguém perigoso e que morava nas ruas, o que dificultava a localização dele", concluiu a delegada.

O crime

O suspeito cometeu o crime ao lado do sobrinho, de 17 anos, que foi apreendido. Oziel defendeu um casal de ataques homofóbicos dentro do ônibus e levou várias facadas do suspeito, no bairro Alto da Glória. A prisão foi convertida em temporária pela Justiça.

"Para a garantia da ordem pública, especialmente a integridade física e psicológica das vítimas sobreviventes, pela gravidade do crime e da propensão à reiteração delitiva", justificou a juíza Fernanda Orsomarzo no pedido de prisão.

Ainda na decisão, a Justiça lamentou os discursos de ódio que causam este tipo de crime. "É preocupante constatar que o discurso de ódio a que estão historicamente submetidos determinados grupos sociais vem ganhando cada vez mais força, tolhendo um casal do direito de simplesmente existir sem medo de ser atacado, injuriado ou morto a qualquer momento", afirmou no documento.

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O sobrinho dos suspeito está apreendido e teve a internação provisória decretada pela Justiça.

Herói

Oziel Branques dos Santos, de 41 anos, foi chamado de herói em nota divulgada pelo Grupo Dignidade, coletivo que defende os direitos da população LGBTQIAP+ em Curitiba. O homem morreu esfaqueado, no último domingo (16), ao defender um casal vítima de ataques em um ônibus biarticulado, no bairro Alto da Glória, em Curitiba.

Na nota, o Grupo Dignidade expressou condolências aos familiares de Oziel. "Expressamos nossa profunda tristeza e consternação pelo trágico acontecimento. Oferecemos solidariedade ao homem que, em um gesto de extrema bravura, se levantou contra a injustiça e a intolerância. Sua empatia não será esquecida e deve servir como um poderoso lembrete da necessidade de combatermos o ódio e a violência. Lamentamos que uma atitude tão nobre tenha encontrado um fim tão trágico", diz o documento.

Em outro trecho da nota, o coletivo pediu uma reflexão da sociedade. "É imprescindível nos questionarmos quem afiou a faca, qual a autoria intelectual dos crimes cometidos. Está situação que está sendo imposta a nossa sociedade e adoecendo os indivíduos precisa ser interrompida imediatamente. Não podemos permanecer apáticos às inúmeras formas de violência que estamos sofrendo. Precisamos nos mobilizar", conclui a nota.

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