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A disputa pela presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) quase terminou em um episódio de agressão entre os deputados Ricardo Arruda e Delegado Jacovós, ambos do Partido Liberal (PL), nesta terça-feira (14). No mesmo dia, se tornou pública uma denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) que acusa Arruda de associação criminosa, tráfico de influência e recebimento de quase R$ 500 mil em propina.
Um vídeo registrado na tribuna da Casa mostra os parlamentares discutindo e sendo separados por colegas. “Você está lidando com homem. Pega esse dedo e enfia…”, diz Jacovós enquanto Arruda repete: “Para com isso”.
Segundo apurou o Nosso Dia, a discussão entre os deputados estaduais teve início após Ricardo Arruda reagir à indicação de Jacovós ao conselho. De acordo com ele, o delegado não teria ética para presidir o órgão encarregado pelo procedimento disciplinar designado à aplicação de penalidades em casos de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar.
O print de uma conversa entre Ricardo Arruda e Javocos, ao qual o Nosso Dia teve acesso, expõe o pedido do primeiro parlamentar para que fosse indicado ao conselho em questão. “Bom dia Jacovós. Td bem. Favor colocar o meu nome no conselho de ética. Obrigado [sic]”, escreveu Arruda em 7 de fevereiro.
“Com certeza!! Assim q formado vou indicar você para Presidente. Este conselho vai ser criado pela mesa diretora, é o que falado na reunião de liderança [sic]”, respondeu Jacovós cerca de 30 minutos depois.
À reportagem, na manhã desta quarta-feira (15), o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), confirmou a indiciação do deputado estadual Delegado Jacovós ao comando do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. De acordo com ele, a conclusão da composição do órgão deve ocorrer nas próximas horas.
“O Conselho de Ética é composto por cinco membros. Dois partidos já indicaram seus membros. Espero que hoje nós tenhamos os demais”, afirmou.
Ricardo Arruda, que está no terceiro mandato consecutivo na Alep, pretendia presidir o conselho que pode ser responsável por apurar sua conduta como parlamentar, caso o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) aceite a denúncia realizada pelo Ministério Público.