- Atualizado há 7 meses
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A Polícia Cívil do Paraná abriu um inquérito para saber se a farmacêutica de Curitiba, Daniele Stuart, tinha a autorização para emitir um certificado de conclusão do curso de aplicação de peeling de fenol. Até mesmo a possibilidade do curso ser ministrado por ela será apurada. O nome da profissional veio à tona após a morte do empresário Henrique Chagas, que aconteceu na clínica da influencer Natália Becker, em São Paulo, durante uma aplicação de peeling de fenol. A investigada afirmou à Polícia Civil do São Paulo que fez o curso com a curitibana.
“Assim que o caso foi divulgado pela imprensa , eu instalei o processo para investigar se houve o exercício ilegal da medicina pela Daniele. Ela veio até a delegacia e prestou informações a respeito dos fatos, com o documento do Conselho de Farmácia que a possibilita a fazer o procedimento. Então, neste sentido, ela está protegida pela regulamentação do conselho. Ela e o advogado afirmaram que trarão todos os documentos para a gente saber se ela poderia ministrar o curso e emitir um certificado” disse.
A delegada fez questão de destacar que o inquérito policial de Curitiba não tem relação com o de São Paulo. “O inquérito daqui aqui é outro, não tem relação com a morte de São Paulo. A nossa investigação é sobre exercício ilegal de medicina e se houve falsificação documental para a emissão dos certificados”, enfatizou.
Para apurar outro tipo de crimes em Curitiba, apenas se vítima aparecerem. “Se no decorrer das investigações aparecerem com algum tipo de sequela em função de procedimentos da Daniele, aí a gente vai apurar o que aconteceu. Agora, nós devemos terminar este inquérito no tempo normal de 30 dias, no caso das documentações serem apresentadas”, falou.
Por fim, a delegada salientou que agora se espera uma maior regulamentação e fiscalização sobre a aplicação de peeling de fenol. “Acho que fica de lição para as pessoas só fazerem os procedimentos com pessoas habilitadas. O que acontece, é que infelizmente só a partir de um caso trágico você percebe que há uma falha na regulamentação e começa aumentar o rigor. Acredito que a partir de agora haverá um maior cuidado neste sentido”, concluiu.
A defesa da farmacêutica de Curitiba, Daniele Stuart, afirmou em entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (11), que a influencer Natália Becker completou o curso de peeling de fenol apenas após a morte do empresário Henrique Chagas, que aconteceu na clínica dela. Segundo o advogado Jeffrey Chiquini, Natália busca em Daniele um álibi e, se tivesse seguido as orientações do curso, a fatalidade não teria acontecido.
“Ela conclui o curso três dias após a morte da vítima. A plataforma mostra que concluiu o curso somente no dia 8 de junho. É um curso de 6 horas. Se tivesse seguido o protocolo, isso não teria acontecido. O procedimento feito por ela não condiz com o curso”, disse o advogado. Ao Portal g1PR, a defesa de Natália negou as declarações e disse que apenas o certificado foi emitido no dia 8, mas que o curso tinha sido realizado em junho de 2023.
Na entrevista, Chiquini fez questão de destacar que Daniele é habilitada para ministrar o curso, que é livre e conceitual, portanto permitido pela legislação. “Ela é habilitada para atuar na área. Injusto e precipitado vinculá-la com o caso. Não há vínculo com aquela vítima. A Natália não seguiu o protocolo da doutora Daniele. Quem não possui habilitação é a Natalia. A Natália não foi aluna da Danielle. Ela concluiu o curso após data dos fatos para ter um álibi. Usou o nome da Danielle para ter um álibi”, enfatizou
Daniele é alvo de investigação da Polícia Civil de São Paulo por ter ministrado o curso para Natália. Segundo a polícia, a investigação é para saber se Daniele, ao ensinar a técnica de peeling, exerceu ilegalmente a profissão de medicina. Chiquini defendeu que o curso é ‘conceitual’ e não especializante, levando a pessoa a entender como o procedimento funciona. Ainda, salientou que a plataforma questiona se o interessado tem a formação acadêmica permitida para a realização da aplicação.
“Nós vamos prestar esclarecimentos e contribuir com as investigações, em respeito à vítima. Natália é culpada, errou, não era habilitada e desobedeceu o protocolo. A Danielle é uma profissional respeitada e habilitada, com mais de três mil alunos e sem reclamação em conselho de classe. Agora, é injustamente vinculada ao caso”, concluiu.