O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná e a Defesa Civil continuam mobilizados para atender a população afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Litoral na noite de sexta-feira (7) e madrugada de sábado (8). Mais de 50 bombeiros militares atuam na região em sete equipes, com o suporte de servidores municipais, 13 profissionais do Samu e 50 policiais militares. A operação também conta com o auxílio de aeronaves do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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Segundo a Defesa Civil, quase 4 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente, considerando tanto os que tiveram suas casas alagadas quanto aqueles impossibilitados de se deslocar devido à inundação. Os municípios mais atingidos foram Guaratuba, Morretes, Paranaguá e Antonina. Em Guaratuba, um homem foi encontrado sem vida na localidade de Ribeirão Grande, enquanto outra pessoa segue desaparecida. As buscas permanecem em andamento.

O governador Ratinho Junior afirmou que acompanha a situação de perto e destacou a importância do trabalho das equipes no resgate das vítimas e na mitigação dos impactos da chuva. “Estamos em contato com os prefeitos da região e deslocamos dois helicópteros da Polícia Militar e um da Polícia Civil para intensificar os esforços”, disse.

O secretário de Segurança Pública, Hudson Teixeira, informou que as operações incluem sobrevoos para mapear as áreas mais afetadas. “O bairro de Cubatão, em Guaratuba, é um dos mais atingidos, com diversas pessoas ilhadas. Estamos avaliando a necessidade de instalar um posto de comando próximo ao local para facilitar as operações de resgate, já que o acesso é restrito e exige o uso de barcos”, explicou.

Impacto nas cidades

Em Antonina, as áreas de Cedro e Ponta da Pita registraram 75 residências afetadas e 300 pessoas impactadas, mas sem desalojados ou desabrigados. Já em Morretes, os bairros Marta, Floresta, Rio Sagrado, Sambaqui, Passa Sete, Estrada da Pitinga, Mundo Novo e Nova Floresta sofreram alagamentos, atingindo 147 casas e afetando 686 moradores. Felizmente, as famílias já puderam retornar para suas residências. Durante a madrugada de sábado, três regiões do município receberam um alerta de emergência via celular sobre as chuvas.

Em Paranaguá, os bairros mais atingidos foram Colônia Pereira e Alexandra, além de Vila Horizonte, São Pedro, Nilson Neves, Divinéia e Jardim Guaraituba. Não há registros de desalojados ou desabrigados, e a Defesa Civil agora trabalha para contabilizar os danos materiais.

A situação mais grave ocorreu na área rural de Cubatão, em Guaratuba, onde o alagamento atingiu diversas casas, incluindo a subprefeitura. Aproximadamente 3 mil pessoas foram afetadas diretamente. As equipes de resgate seguem atuando na região para garantir assistência à população.

Jovens ilhados no Cubatão

Uma das ocorrências mais críticas envolveu um grupo de 13 estudantes que ficou preso dentro de um micro-ônibus no bairro Cubatão, em Guaratuba. O veículo ficou ilhado após a pista ser invadida pela água, impedindo a passagem. Sem sinal de internet ou telefone, o socorro só foi acionado na manhã seguinte. Parte dos alunos foi resgatada por um dos pais, enquanto os demais conseguiram retornar para casa posteriormente. Todos passam bem.

Chuvas e bloqueios nas rodovias

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) registrou altos volumes de chuva em menos de 18 horas, com Morretes acumulando 276,2 mm, Antonina 171,8 mm, Paranaguá 144,4 mm e Guaratuba 173,8 mm. Apesar do grande volume de precipitação, a previsão indica diminuição da intensidade das chuvas nas próximas horas, com o tempo se estabilizando ao longo do domingo.

As rodovias da Serra do Mar também foram impactadas. A BR-277 registrou dois deslizamentos de terra nos km 14 e 41, causando bloqueios temporários, mas com desvios já operando. Na PR-508 (Alexandra-Matinhos) e PR-407, alguns trechos ficaram interditados devido ao alagamento, mas foram liberados após a redução do nível da água.

As autoridades estaduais seguem monitorando a situação e prestando apoio às comunidades afetadas. Uma nova reunião será realizada para definir as próximas ações emergenciais e o suporte necessário para a recuperação das áreas atingidas.