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Deputado critica ação da PM que gerou conflitos em Londrina: “Segurança não se faz com fuzis”

Arilson Chiorato (PT) defende autonomia da Polícia Civil e Científica para esclarecer os fatos e confirmar se houve excesso por parte da PM
Deputado Renato Freitas (Foto: Orlando Kissner/Alep)
Arilson Chiorato (PT) defende autonomia da Polícia Civil e Científica para esclarecer os fatos e confirmar se houve excesso por parte da PM

Redação Nosso Dia

19/02/25
às
6:20

- Atualizado há 1 dia

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Os deputados da oposição cobraram respostas do Governo do Paraná quanto a ação policial que terminou com dois jovens mortos, segundo a Polícia Militar em confronto, em Londrina, no Norte do Paraná, no último sábado (15). Protestos na última segunda-feira em função das mortes levaram vandalismo e caos à cidade. Os parlamentares afirmam que não houve confronto, mas sim uma bárbarie.

Na sessão plenária desta terça-feira (18), o deputado Arilson Chiorato (PT), Líder da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), usou a tribuna para cobrar uma apuração imparcial, garantindo que a Polícia Civil e a Polícia Científica tenham autonomia para conduzir as investigações. Segundo o parlamentar, o episódio reflete um problema maior: a crescente insatisfação da população com a Segurança Pública.

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Para o deputado Arilson, o alto número de protestos que se espalharam por Londrina demonstra a revolta da população. “Não é normal que uma cidade tenha 17 manifestações simultâneas. Isso mostra que as pessoas não confiam no que está acontecendo e querem respostas”, afirmou.

Ele também citou o aumento da letalidade policial no Paraná. Em 2024, o estado registrou 525 mortes em supostos confrontos com a polícia, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Arilson Chiorato (Foto: Portal Nosso Dia)

Câmeras corporais e outras mudanças

Para que casos como esse não se tornem apenas uma disputa de versões, o deputado Arilson defendeu o uso obrigatório de câmeras corporais nos uniformes e nas viaturas da PM. “Se houvesse imagens da abordagem, não estaríamos dependendo apenas de relatos. Transparência é fundamental para garantir justiça”, argumentou.

Além da investigação, o Líder da Oposição destacou a necessidade de melhorar as condições de trabalho dos policiais. Para ele, a falta de estrutura e apoio emocional contribui para o agravamento da violência. “O governo precisa assumir sua responsabilidade. Segurança Pública não pode ser tratada com descaso”, concluiu.

Renato Freitas ataca ação policial

Em seu discurso na tribuna do Plenário sobre o mesmo assunto, o deputado Renato Freitas (PT) responsabilizou o governo pela crise: “Isso não é omissão: é pacto com a barbárie”

Freitas comparou a política de Segurança à lógica das milícias: “Repetem que ‘bandido bom é bandido morto’, mas protegem quem lucra com o sangue da periferia”.

O parlamentar lembrou que o Brasil tem a polícia que mais mata e mais se suicida no mundo – “sintoma de um sistema que desumaniza agentes e vítimas”. “Quantos corpos precisam cair para o Estado entender que segurança não se faz com fuzis?”, questionou Freitas.

Governo reforça policiamento

O Governo do Estado enviou tropas especiais das forças de segurança pública para Londrina para reforçar a proteção à população após a ocorrência de manifestações violentes na cidade na noite desta segunda-feira (17). Logo após os acontecimentos, que envolveram o apedrejamento de veículos e a queima de um ônibus, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) efetuou a prisão de quatro pessoas em flagrante, enquanto a Polícia Civil do Paraná (PCPR) identificou diversas pessoas envolvidas nos ataques. 

Segundo o secretário da Segurança Pública, os policiais estaduais atuaram com cautela desde o início das manifestações, mas precisaram agir a partir do momento em que elas se tornaram violentas. “Desde o primeiro momento foi garantido o direito de manifestação das pessoas de forma pacífica, mas com o passar dos dias presumimos que algumas pessoas envolvidas em outros crimes se aproveitaram da situação para tentar gerar um caos na cidade”, comentou Teixeira. 

A Polícia Militar já elaborou um plano de operação para os próximos dias e o reforço no efetivo deverá permanecer na cidade pelo tempo que for necessário. “Grande parte dos envolvidos já foi identificado pela Polícia Civil, com o apoio da inteligência da Polícia Militar, e nós viemos aqui com essa força-tarefa para avaliar a situação atual e garantir que a ordem seja restabelecida de forma definitiva na região, garantindo a tranquilidade dos moradores”, acrescentou o secretário.

Teixeira informou ainda que em breve o delegado responsável tomará as medidas necessárias para a responsabilização de todos os envolvidos, o que deve acontecer com celeridade devido ao envio de policiais civis de outras regiões para Londrina. Paralelamente, mais polícias militares estão em Londrina para garantir o atendimento às demais ocorrências.

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