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A peça publicitária foi gravada em junho de 2021, as primeiras imagens divulgadas em novembro, mas a viralização e ataques em maio de 2022. Para Diego Xavier, ativista que protagoniza a propaganda do VW Polo ao lado do marido, Murilo, houve um ataque orquestrado após a divulgação do vídeo em que ele beija o companheiro em frente ao veículo.
A partir de então, o paranaense de Cambé, que hoje mora em Curitiba, passou a sofrer ataques, assim como os familiares dele. “Um dia estava almoçando em um restaurante e um rapaz passou falando: ‘olha lá o ‘viado da Volsk’. Em Cambé, onde minha família mora, meu irmão e meu sobrinho ouviram que nós somos a vergonha da cidade”, lamentou em entrevista ao Portal Nosso Dia.
Diego explicou ao Nosso Dia que começou a perceber as ofensas depois que subiram uma hastag (#) no Twitter com a frase ‘quem lacra não lucra’. “Nas primeiras peças soltadas, em 2021, houve menos ataques, mas desta vez não, talvez pelo vídeo divulgado. A gente ouviu e leu coisas lamentáveis. Eu respeito a família de todo mundo, por que não posso ter a minha? Que mal eu estava fazendo?”, questionou.
Os ataques foram crescendo tanto que Diego e o marido fizeram um Boletim de Ocorrência em Curitiba, nesta quarta-feira, para punir os responsáveis pela homofobia.
“As pessoas querem acabar com o meu direito a ter uma família. Nos fomos até a delegacia de crimes contra vulneráveis e fizemos o Boletim de Ocorrência. Isso não pode continuar”, disse Diego, que trabalha como coordenador de um projeto para a empregabilidade da comunidade LGBTI+.
“Nossa comunidade tem os maiores índices de suicídios do país, sofremos ataques pesados, sem fazer mal a ninguém. Alguma coisa precisa ser feita para acabar com esse desrespeito”, concluiu.
Desde a veiculação, a propaganda do Polo tem se tornado alvo de ataques homofóbicos e criticas nas redes sociais.
Entretanto, após a publicidade, dados do Mercado Livre, levantados a pedido de Automotive Business, mostram que a procura pelo automóvel na plataforma aumentou 31% no comparativo entre maio e abril deste ano. A pesquisa pelo Polo seminovo subiu mais ainda: 40%.