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Curitiba tem mais de 4 mil alunos estrangeiros matriculados nas escolas municipais

Se no começo do ano letivo elas eram 3.073, agora passam de 4 mil
A Assessoria de Direitos Humanos promoveu um debate sobre a educação básica para crianças migrantes em Curitiba. Curitiba, 08/05/2024. Foto: Rafael Silva
Se no começo do ano letivo elas eram 3.073, agora passam de 4 mil

Redação*

09/05/24
às
6:58

- Atualizado há 7 meses

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Como melhorar a acolhida dos estudantes de países estrangeiros nas escolas municipais foi o assunto da roda de conversa que a Assessoria de Direitos Humanos da Prefeitura promoveu, nesta quarta-feira (8/5), na sede do órgão. O motivo do interesse pelo tema está no crescimento do número de matrículas. Se no começo do ano letivo elas eram 3.073, agora passam de 4 mil. O evento fez parte do calendário mensal de eventos da ADH para discutir os temas relacionados à comunidade migrante em Curitiba e estimular o seu senso de pertencimento à cidade.

“A acolhida no Ensino Básico é crucial para que essas crianças permaneçam no sistema de ensino e, para isso, a existência de redes de apoio é fundamental”, observou o professor de Direito e Relações Internacionais da Universidade Positivo, Dilermando Martins, que foi um dos palestrantes do evento. Martins contou que a instituição onde ensina está formando clínicas multiprofissionais para atender pessoas em situação de vulnerabilidade, como os migrantes, e convidou os presentes para conhecer e divulgar o projeto.

A roda de conversa começou com uma dinâmica proposta pela professora de Espanhol Yazmin Lourdes Ruiz Pernia. Em grupos, educadores e técnicos de outras áreas da Prefeitura, além de representantes de organizações não-governamentais participantes do evento, relataram suas vivências, dificuldades e impressões na acolhida de crianças vindas de outros países.

Susto

A professora Eugênia Vianna, da Escola Municipal Campo Mourão, na Regional Fazendinha/Portão, compartilhou sua experiência com uma aluna afegã do 2º ano. “A princípio, bateu o desespero. Ela não falava nada de Português e a língua dela não era nada comum. Tanto que nem os aplicativos de tradução de idiomas puderam nos ajudar”, lembrou.

Inconformados com a impossibilidade de comunicação, a equipe se organizou e levou o pai da menina, que dominava o básico do Inglês, para conversar. “Ela ficou na escola praticamente todo aquele ano. Em poucos meses depois da chegada, era quase brasileira”, brincou, referindo-se à aluna que acabou deixando a cidade com a família.

Por vídeo, da Espanha, a psicóloga com experiência no atendimento de crianças migrantes Beatriz Valencia falou sobre a importância do apoio psicológico para os pequenos estudantes. “Eles estão submetidos a muitos tipos de pressão – da língua diferente e da cultura nova, das reações dos colegas e da situação familiar. É preciso facilitar a sua chegada para que elas fiquem e aprendam”, resumiu.

*Com informações da SMCS

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