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Corinthians e Vai de Bet: saiba por que maior patrocínio do País virou caso de polícia

Nesta terça-feira, 4, a Polícia Civil notificou o clube e pediu informações sobre a intermediação do contrato de patrocínio
(Foto: Jose Manoel Idalgo)
Nesta terça-feira, 4, a Polícia Civil notificou o clube e pediu informações sobre a intermediação do contrato de patrocínio

Estadão Conteúdo

06/06/24
às
8:13

- Atualizado há 7 meses

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O acordo de patrocínio entre Corinthians e a Vai de Bet, empresa de apostas esportivas que pagou R$ 360 milhões mais R$ 10 milhões em luvas para estampar sua marca no espaço mais nobre da camisa corintiana por três temporadas, se tornou um caso de polícia. Nesta terça-feira, 4, a Polícia Civil notificou o clube e pediu informações sobre a intermediação do contrato de patrocínio.

A notificação foi enviada ao presidente Augusto Melo com questionamentos a respeito do caso com envolvimento de um suposto “laranja”. No ofício, o delegado Tiago Fernando Correia, responsável pela investigação, questionou o dirigente sobre a possibilidade de haver contrato entre Corinthians e a empresa Rede Social Media Design. O delegado também solicitou o contrato do Corinthians com a Vai de Bet. A apuração está em fase preliminar e ainda não há inquérito aberto.

A Polícia Civil tamb[em enviará notificação para Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design, e Edna Oliveira dos Santos, mulher residente na cidade de Peruíbe, litoral Sul de São Paulo, e que teve o nome envolvido no episódio. Há a suspeita de que ela tenha sido usada como laranja no caso sem a sua anuência.

O contrato também está sendo analisado pela Comissão de Ética e Justiça do Conselho Deliberativo do Corinthians. O parecer deve sair nos próximos dias e será convocada uma reunião extraordinária para pedir esclarecimentos a respeito do episódio, que motivou a saída de Yun Ki Lee do cargo de diretor jurídico, e de Fernando Perino do cargo de diretor jurídico adjunto. Ligado a Lee, Marcelo Mandel, diretor de relações internacionais, decidiu se afastar do cargo nesta quarta.

O caso é investigado pelo Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Ao Estadão, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) limitou-se a afirmar que “diligências estão em andamento visando o esclarecimento dos fatos”. O Corinthians confirmou ter recebido a notificação e disse que vai colaborar com as investigações pois afirma ser “o maior interessado em esclarecer os fatos”.

A DENÚNCIA

Segundo reportagem publicada na coluna do jornalista Juca Kfouri, no Uol, após os pagamentos da comissão, a Rede Social Media Design repassou parte dos valores recebidos em comissão por meio de PIX à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa com endereço na Avenida Paulista que serviria como laranja no acordo. Ao comentar o assunto, o clube afirmou que “não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros”.

Após a polêmica vir à tona, a Vai de Bet demonstrou incômodo e pediu esclarecimentos ao Corinthians em três ocasiões. Primeiro em comunicado enviado por e-mail, depois em reunião com membros da diretoria em 8 de maio, e a última delas na terça-feira, , quando citou a possibilidade de rescindir o contrato.

A notificação, recebida pela diretoria alvinegra no dia 27 de maio, cita a possibilidade de rescisão e estabelece um prazo de dez dias para uma manifestação por parte do Corinthians. Ou seja, a data limite é 6 de junho, quinta-feira.

O CONTRATO

O contrato celebrado entre Corinthians e Vai de Bet, ao qual o Estadão teve acesso, possui uma cláusula anticorrupção na qual as partes se comprometem a cumprir os dispositivos integralmente Segundo o documento, o acordo prevê que, caso não haja justa causa, a parte interessada na rescisão tem de pagar 10% do valor total restante. Como o clube já recebeu R$ 60 milhões dos R$ 360 milhões prometidos, a indenização seria de R$ 30 milhões.

O contrato prevê também pagamento de 7% do montante líquido de cada parcela à Rede Media Social Desing. Ou seja, 700 mil por mês ao longo de três anos, resultando em R$ 25,2 milhões ao fim do vínculo. Com CNPJ ativo desde janeiro de 2021, a empresa possui um capital social declarado de R$ 10 mil e está no nome de Alex Fernando André, mais conhecido como Alex Cassundé, membro da equipe de comunicação de Augusto Melo.

Cassundé trabalhou na campanha de Augusto Melo a convite de Sergio Moura, superintendente de marketing do Corinthians. Moura pediu afastamento do cargo após a polêmica vir à tona. Ele também estava sofrendo pressão no cargo por não conseguir fechar outros patrocínios para a camisa do time.

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