- Atualizado há 2 anos
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Com uma intensa pressão dos policiais civis, os deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) começam a votar, nesta segunda-feira (3), o pacote de projetos de Governo sobre o reajuste do funcionalismo e a reestruturação de carreiras no Estado. Os policiais são contra, por exemplo, a unificação da função de escrivão de polícia e investigador, o que aumentaria a demanda de trabalho e sucatearia o serviço. Outra reclamação é a previsão de 160 horas de sobreaviso além da carga horária que, segundo o Sinclapol, seria sem remuneração.
Sobre a votação marcada para esta segunda-feira, o presidente da Alep, o deputado Ademar Traiano (PSD), destacou que é normal a insatisfação de alguma categoria. “Será uma sessão ordinária e uma extraordinária, já sendo possível a apresentação de emendas aos projetos. É normal que haja a insatisfação de alguma categoria. Ontem mesmo recebi manifestações. Mas há a possibilidade de apresentação de emendas durante o trâmite aqui na Casa que podem atender a esses interesses”, afirmou o presidente Traiano, antes da sessão plenária da quarta-feira passada.
A presidente do Sinclapol, Valquiria Gil Tisque, destacou que o movimento de paralisação ganhou ainda mais força nos últimos dias e que a categoria entregou seis emendas ao projeto do governo ao deputado estadual Hussein Bakri (PSD), líder do governador Carlos Massa Ratinho Junior na Alep.
“Entregamos as emendas e queremos todos os policiais na Alep nesta segunda-feira (3). Caso você esteja sendo proibido de manifestar por superiores, nos entreguem as denúncias que encaminharemos ao Ministério Público. Juntos somos mais fortes”, afirmou Valquíria em mensagem direcionada aos policiais civis, publicada neste fim de semana.
Ainda conforme Valquíria, os policiais civis mantêm a paralisação nesta segunda-feira e decidirão, em uma assembleia marcada para as 16h de hoje, quais os próximos passos do movimento. “Venho convocar os policiais para estarem em frente a Alep às 13h para acompanharmos a votação. Em seguida, às 16h, faremos a assembleia, também em frente à Alep, para decidirmos o futuro da base da Polícia Civil. Definir se continuaremos com a manifestação, independente do que acontecer na votação”, disse à categoria.
Pelo texto apresentado pelo Governo, se criaria a função de Agente de Polícia Judiciária. Conforme a presidente do Sinclapol, os policiais civis não foram devidamente ouvidos durante a elaboração do plano de carreira.
O Governo do Estado já apresentou ao Sindicato dos Investigadores a nova tabela salarial. No topo da carreira o salário saíra de R$ 11 mil para R$ 22 mil em 2026, um aumento de 100%. Do meio da carreira até o final dela os aumentos vão variar entre 32% e 81%. Além desses percentuais, ao longo do processo de reestruturação, que começou em 2022, a categoria já recebeu 9% de aumento, em média.
Além disso, no sistema antigo menos de 5% conseguiam chegar no topo da carreira. Na proposta atual, todos os policiais vão conseguir alcançar as promoções para chegar ao topo da carreira.
A gestão estadual também explicou os motivos da fusão dos cargos de investigador e escrivão para agente de polícia judiciária, que ocorrerá apenas de maneira administrativa e sem sobrecarga de trabalho, considerando que permanece a mesma jornada de trabalho de 40 horas semanais.