Os servidores públicos de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, conseguiram negociar com a prefeitura do município um aumento real no reajuste salarial. Após uma paralisação geral na quinta-feira (14) e a ida da categoria na Câmara Municipal, o secretariado do Executivo recebeu o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São José de Pinhais (Sinsep) para uma rodada de negociação. O reajuste aprovado em assembleia garante aumento de 4,60% na remuneração, retroativo a março de 2024, e 9% no auxílio alimentação.

Ao Portal Nosso Dia, a presidente do Sinsep, Samia Leiza Alves Dornelles, afirma que a negociação aconteceu após a pressão dos servidores. "Fizemos uma paralisação geral durante o dia todo para tencionar a administração, e assim conseguirmos melhorar a proposta. Conseguimos na mesa de negociação os valores, saindo de 2,28%, passou por 3,16% e fechou em 4,6% de reajuste salarial", detalha Samia. A prefeita Nina Singer não participou da negociação.

Além disso, Samia defende que, além do reajuste, a negociação garante algo ainda mais importante para a categoria. "Colocamos no debate a carreira dos servidores, o crescimento ao longo do tempo, as progressões. Foi construída uma agenda permanente para as discussões de trabalho, as melhorias. Nós entendemos que isso foi muito produtivo, fruto do movimento de ontem. Até agora, estava muito difícil de avançar com essas pautas", opina.

Pressão

O movimento dito pela presidente do Sinsep começou ainda pela manhã - antes das 9 horas - em frente a Prefeitura de São José dos Pinhais. Ao som de 'É o Tchan', grupo contratato pela prefeitura para um show gratuito no carnaval, os servidores se concentraram para iniciar as reivindicações.

Além de tomarem as ruas com um trio elétrico, os servidores partiram rumo a sessão da Câmara Municipal, lotando o plenário (assista abaixo). A presidente usou a tribuna em um momento cedido pelo vereador Wilson Cabelo (PP).

Servidores lotam sessão na Câmara Municipal de SJP. Imagens: Reprodução

Até essa última quinta-feira (14), as negociações entre o sindicato e a gestão municipal não tinham avançado.

Luta permanente

Embora o reajuste tenha sido satisfatório, segundo a presidente Sâmia, a luta do sindicato segue. segundo ela, o funcionalismo público do município trabalha hoje com o décifit 1,2 mil concursados.

"As coisas estão muito difíceis. Não é apenas o nosso reajuste salarial com ganho real, queremos também condições de trabalho. Nós, trabalhadores do setor público, chegamos ao nosso limite. Estão faltando professores, guardas municipais, trabalhadores da saúde, da assistência social", critica.

Atualmente, há 6,5 mil servidores efetivos, 425 comissionados e cerca de 1,2 mil contratações temporárias.