Apenas uma das três empresas do transporte coletivo, que descumpriram acordo firmado na Superintendência Regional do Trabalho no Paraná e não pagaram os salários atrasados de abril, efetuou, até as 13h desta terça-feira (10), o depósito aos trabalhadores.

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Com isso, a greve geral marcada para quinta-feira está mantida, de acordo com o Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana).

Motoristas e cobradores de três empresas não receberam salário de abril (Foto: Direitos autorais: Daniel Castellano/SMCS)

Conforme o sindicato, a Tamandaré efetuou o pagamento, enquanto a CCD e a Glória ainda não. "Tivemos a informação que nesta terça-feira uma empresa, a princípio a Tamandaré, pagou os trabalhadores e agora estamos esperando as outras. Como deixei claro nas assembleias, a greve é pelo pagamento de todos e para que atrasos não aconteçam mais. Se uma não pagar em 72 horas, vamos manter essa paralisação", afirmou o presidente do Sindimoc, Anderson Texeira.

Empresas e URBS

Sobre a paralisação, a Setransp (Sindicato das Empresas) enviou a seguinte nota:

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O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) informa que, por conta de alguns atrasos nos repasses a serem realizados pela Urbanização de Curitiba (Urbs), algumas operadoras estão com atrasos pontuais em relação ao pagamento de salários dos colaboradores. Esperamos que a situação seja regularizada por parte da URBS até o início da semana, para que os pagamentos possam ser realizados.

A URBS, por sua vez, afirmou que aguarda repasse do Governo do Estado e da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Confira a nota:

A Urbanização de Curitiba (Urbs) aguarda a aprovação, pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC), do projeto de suplementação orçamentária de R$ 174 milhões, que será usado, em sua maior parte, para fazer frente ao déficit do sistema em 2022. O município também aguarda o repasse de subsídio ao transporte coletivo por meio do convênio com o Governo do Estado, o que deve ocorrer até meados da semana.

A Urbs reitera que tem feito esforços para acelerar os dois projetos e assim evitar atrasos nos repasses às empresas por conta do déficit financeiro no sistema. O transporte coletivo prevê um déficit de R$ 154 milhões em 2022, gerado pela diferença entre a tarifa técnica – que é a efetivamente paga às empresas – e a social, paga pelo usuário, de R$ 5,50. A diferença é coberta por subsídio do poder público. A tarifa técnica, em abril, foi de R$ 7.

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A empresa também ressalta que o transporte coletivo é um serviço essencial, vital para o deslocamento de milhares de pessoas todos os dias na capital e a redistribuição de linhas entre empresas em caso de greve é uma prerrogativa de contrato e também uma forma de preservar o usuário deles ônibus da capital.