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Moradores de Ipuaçu, cidade com menos de 10 mil habitantes no Oeste de Santa Catarina, se depararam na manhã de segunda-feira, 3, com um agroglifo desenhado na plantação de trigo de uma fazenda que fica na entrada da cidade, perto de uma aldeia indígena.
“Mais uma vez, o município ganha destaque com o aparecimento desses misteriosos círculos em plantações, especialmente de trigo, que intrigam moradores e visitantes desde 2008, sempre entre os meses de outubro e novembro”, divulgou a prefeitura, em nota.
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O agroglifo é uma figura geométrica gigante feita em lavouras, através de um achatamento de uma cultura, como cereais, colza, cana e capim. A palavra vem do grego: ágros significa “campo” e glyphos quer dizer “gravura” ou “esculpido”, ou seja, “gravura no campo”.
No caso mais recente de Ipuaçu, o desenho era composto por um triângulo, três círculos e uma sequência de triângulos entrelaçados, como se fossem zigue-zagues contínuos.
O ufólogo Luiz Prestes Junior, que mora na cidade, afirmou que conversou com alguns moradores que passaram pelo local nas primeiras horas da manhã daquela segunda-feira. Ele esperava fazer análises mais aprofundadas do desenho, mas o proprietário da fazenda não colaborou com a pesquisa e mandou colher o trigo naquele mesmo dia. O fazendeiro também optou por não comentar o assunto com a imprensa.

A história da cidade com o fenômeno começou em novembro de 2008, na comunidade de Toldo Velho, quando os primeiros desenhos apareceram em uma lavoura de trigo. Os círculos, com 19 metros de diâmetro, surgiram a poucos metros do asfalto e assustaram os moradores que, naquela época, nunca tinham visto aquelas imagens de perto.
A notícia logo se espalhou, e Ipuaçu recebeu cerca de 2 mil visitantes naquele ano, entre curiosos e estudiosos. A cidade foi batizada de “capital nacional dos agroglifos”.
Os desenhos eram simétricos, bem delimitados e sem rastros visíveis de pegadas, pneus ou qualquer sinal humano ao redor. “Os círculos eram delimitados por uma faixa com plantas de pé, sem sinais de qualquer amassamento, seguidas por outra faixa de plantas amassadas, derrubadas de maneira uniforme e em sentido horário”, disse o ufólogo Ivo Hugo Dohl, que investigou o fenômeno na época.
Enquanto alguns moradores juravam ter visto luzes misteriosas no céu e até objetos se aproximando do solo, outros acreditavam que tudo não passava de brincadeira de adolescentes. Mesmo assim, o mistério nunca foi totalmente esclarecido e os círculos continuaram a aparecer nos anos seguintes: 2009, 2010 e 2011. Eles ficaram sumidos por mais de dez anos e voltaram em 2022, e agora, em 2025.
A prefeitura afirmou que procura formas para monetizar ainda mais a “temporada de agroglifos”. “O setor de turismo do município já estuda formas de aproveitar esse fenômeno para fomentar ainda mais o turismo e a economia local, valorizando o que Ipuaçu tem de mais singular”, informou a prefeitura.