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O advogado paranaense Jeffrey Chiquini, filiado ao Partido Novo e cotado para disputar uma vaga ao Senado, protagonizou uma intensa troca de ofensas com o blogueiro Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente do governo militar João Batista Figueiredo, durante uma transmissão ao vivo do programa Show da Manhã, nesta sexta-feira (17). – assista ao vídeo no final da reportagem.
Chiquini, que atua na defesa do assessor especial para assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, iniciou o embate com uma provocação direta. “Eu reconheço vagabundo de longe. Quando você estava preso na Lava Jato, eu estava advogando…”, disse o advogado.
A declaração irritou Figueiredo, que rebateu e exigiu que Chiquini especificasse quando teria sido sua suposta prisão. O advogado então insistiu, perguntando se ele “negava ter se envolvido em escândalo de lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato”.
Figueiredo respondeu afirmando nunca ter sido réu na operação, mas foi investigado na Circus Máximus, apuração que tratou de pagamentos de propina a banqueiros ligados ao Trump Hotel, empreendimento do qual o ex-presidente Donald Trump acabou se desvinculando após as investigações. Em 2019, Figueiredo chegou a ser preso nos Estados Unidos, onde estava foragido da Justiça brasileira.
Durante a discussão, Chiquini criticou o posicionamento do blogueiro em relação à defesa de Filipe Martins, que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação no chamado “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado. “Ele desconsiderou a linha da defesa, que demonstra falsificação de assinaturas registrando entradas e saídas do Palácio da Alvorada, em novembro e dezembro de 2022”, afirmou o advogado.
Figueiredo, por sua vez, disse não acreditar na falsificação, mas minimizou o impacto da divergência. “Isso faz parte da minha profissão de comentarista político”, declarou.
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A denúncia contra Filipe Martins foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, inclusive com o voto do ministro Luiz Fux. O julgamento deve ocorrer até o final deste ano.
Além da discussão pública, o advogado também esteve envolvido em uma confusão na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde participaria de uma palestra. O evento, intitulado “O STF e a Interpretação Constitucional”, estava marcado para o Salão Nobre do Curso de Direito e teria como palestrantes Jeffrey Chiquini e o vereador de Curitiba Guilherme Kilter — ambos críticos da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Desde a divulgação da palestra, estudantes de diferentes cursos da universidade passaram a se mobilizar contra a realização do evento, alegando que os convidados representavam a “extrema direita” e não eram bem-vindos em uma instituição pública.
No dia da palestra, o clima foi de tensão e confronto. Sob gritos de “recua, fascista, recua!”, os palestrantes tentaram acessar o prédio histórico da UFPR, enquanto centenas de manifestantes se concentravam nas escadarias. A confusão se agravou com empurrões, arremessos de líquidos e troca de provocações.
A Polícia Militar foi acionada e utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Uma estudante foi atingida na perna durante a ação.
Após cerca de uma hora de tumulto e mesmo com a presença da PM, a palestra foi cancelada por determinação da universidade.