- Atualizado há 3 anos
O diagnóstico da cantora Anitta como portadora do vírus de Epstein-Barr (chamado de EBV, na sigla em inglês) levantou dúvidas sobre o tema. A mais comum, por exemplo, é sobre a forma de transmissão do vírus, visto que ele é causador da Mononucleose, constantemente chamada de “doença do beijo”. No entanto, a transmissão não ocorre somente dessa maneira.
O infectologista Adriano Silva explica que o vírus é passado pela saliva e, por isso, pode ser transmitido no encontro das bocas. Por outro lado, como as gotículas de saliva são transmitidas no ar durante a fala, esse não é o único meio possível de transmissão. “Se você der um beijo no rosto, por exemplo, ou então abraçar, pegar… você pode contrair o vírus”, detalha.
O especialista alerta ainda que o vírus é muito mais comum do que se imagina. Conforme o profissional do Centro Médico Hospital Aliança, em Salvador, cerca de 85% da população brasileira tem esse vírus e convive com ele sem sintomas. O vírus é da família Herpes, um “primo” do causador da herpes labial, herpes vaginal ou herpes zóster.
“O que está acontecendo com a Anitta não é nenhuma raridade. A maioria dos adultos têm sorologia positiva para o vírus, normalmente adquirido na infância”, explica.
A evolução para doenças mais graves, como a esclerose múltipla, apesar de ter preocupado a funkeira, é incomum. “Diga à cantora Anitta para ela não ficar preocupada. Diga também que a maioria das pessoas tem isso e não tem nem sintomas, quanto mais sintomas graves”, brinca o infectologista Roberto Badaró, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor da Universidade de San Diego, na Califórnia.