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“Vou pegar um foguete, vou pegar um astronauta e a gente vai lá buscar o meu vovô no céu.” A frase, dita pelo neto de apenas três anos do vendedor Antônio Carlos Antunes, resume a dor da família após a morte do vendedor de 51 anos, baleado por um policial civil dentro de um bar no Centro de Curitiba. O caso aconteceu no última sexta-feira (26) após uma discussão dentro do banheiro do BarBaran, envolvendo o policial Marcelo Mariano Pereira, 36 anos.
Assista ao vídeo abaixo:
Segundo a advogada Caroline Mattar Assad, que representa os familiares, o menino ainda não compreende o que aconteceu. “É muito triste. A família está inconsolável. Eles saíram de uma situação de celebração da vida de uma das filhas e voltaram para casa com a morte”, afirmou.
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A defesa descreve Antunes como um homem tranquilo, religioso e muito ligado à família. “Extremamente família, uma pessoa muito apegada a Deus. Temos muitos relatos de que era alguém de fácil convívio, acolhedor, devoto e feliz. Ia à missa todos os dias, carregava um terço e uma medalha no bolso, falava com as filhas diariamente e era muito apegado ao neto”, disse Caroline.
O disparo que matou Antunes foi feito por Marcelo Mariano Pereira, 36 anos, policial civil lotado na Delegacia do Alto Maracanã. Em depoimento, ele afirmou que a vítima teria iniciado as agressões. (assista ao depoimento do policial)
“Ele começou a me agredir pelas costas, fechou a saída e me deu um soco que me atordoou. Nesse momento, temi pela minha vida. Falei ‘polícia, polícia’, tentei pegar a arma e, nisso, ele segurou meu braço. Quando puxei para trás, aconteceu o disparo”, declarou. O policial relatou que a discussão começou após retirar um copo que estava em cima da pia.
A advogada da família contesta a versão. “Ele não tem histórico de agressão, não era destemperado. A testemunha que prestou depoimento disse que não ouviu briga verbal, xingamentos ou o policial se identificando. Ouviu apenas barulho corporal”, destacou.
Para a defesa, o caso não configura legítima defesa. “No Direito, legítima defesa exige proporcionalidade. Como falar em proporcionalidade entre um policial armado, de 36 anos, e um homem de 51, desarmado e sem porte atlético? Não é equivalente”, concluiu Caroline.