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Vídeo: Paranaense denuncia ter sido enviado ao combate na Ucrânia após promessa de atuar com drones

"Eu vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com a tecnologia militar, principalmente na área de drones, ajudar mas de forma técnica […] Desde que cheguei aqui tudo mudou"
Lucas Felype, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão (PR), denuncia ter sido enviado ao combate na Ucrânia após se alistar para atuar com drones.
"Eu vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com a tecnologia militar, principalmente na área de drones, ajudar mas de forma técnica […] Desde que cheguei aqui tudo mudou"

Geovane Barreiro

27/07/25
às
21:48

- Atualizado há 5 dias

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O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão, viajou à Europa em maio após se alistar online como voluntário para atuar na Guerra da Ucrânia. Nesta sexta-feira (25), ele usou seu perfil no Instagram para denunciar que foi colocado em situação de risco, diferente do que havia sido combinado inicialmente.

Segundo Lucas, a proposta era atuar na área tecnológica, mas, ao chegar ao país, foi remanejado para um batalhão de infantaria posicionado na linha de frente do conflito. De acordo com o jovem, a justificativa para a mudança seria um “treinamento militar”, mas ele contesta essa versão.

“Eu vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com a tecnologia militar, principalmente na área de drones, ajudar mas de forma técnica […] Desde que cheguei aqui tudo mudou, estão me empurrando aos poucos para funções de infantaria, e agora me mandaram para Kharkiv, uma região de intenso combate militar. Disseram que é treinamento, mas eu não acredito mais nisso. Eles estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem o meu consentimento”, afirmou.

Sem apoio

Lucas relatou que entrou em contato com a Embaixada do Brasil, mas recebeu como resposta que não há possibilidade de intervenção. Ele também publicou vídeos em que é possível ouvir sons de confrontos armados.

Em sinal de alerta, o jovem ainda pediu atenção de outros brasileiros que estejam pensando em se alistar. “Tô fazendo esses stories pra deixar registrado tudo o que tá acontecendo. Se eu sumir, se algo acontecer comigo, vocês já sabem. E quero que outros brasileiros não passem pelo que eu tô passando.”

Assista ao desabafo do paranaense:

O Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado (26) que já são nove os brasileiros mortos e 17 os desaparecidos nos conflitos entre Rússia e Ucrânia.

Paranaenses

Entre as vítimas brasileiras, três são paranaenses. O mais recente é Gabriel Lopacinski, de 22 anos, natural de Mallet, no sul do estado, que morreu em combate em janeiro deste ano, conforme informou a família.

Em agosto de 2023, o estudante de medicina Antônio Hashitani, de Curitiba, morreu em combate. Quase um ano depois, em julho de 2024, o paranaense Murilo Lopes Santos, de 26 anos e natural de Castro, também faleceu em circunstâncias semelhantes.

A guerra, que teve início em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ampla operação para invadir o país vizinho, atraiu combatentes de diversas partes do mundo que decidiram se voluntariar para participar do conflito.

TÁ SABENDO?

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