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O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão, viajou à Europa em maio após se alistar online como voluntário para atuar na Guerra da Ucrânia. Nesta sexta-feira (25), ele usou seu perfil no Instagram para denunciar que foi colocado em situação de risco, diferente do que havia sido combinado inicialmente.
Segundo Lucas, a proposta era atuar na área tecnológica, mas, ao chegar ao país, foi remanejado para um batalhão de infantaria posicionado na linha de frente do conflito. De acordo com o jovem, a justificativa para a mudança seria um “treinamento militar”, mas ele contesta essa versão.
“Eu vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com a tecnologia militar, principalmente na área de drones, ajudar mas de forma técnica […] Desde que cheguei aqui tudo mudou, estão me empurrando aos poucos para funções de infantaria, e agora me mandaram para Kharkiv, uma região de intenso combate militar. Disseram que é treinamento, mas eu não acredito mais nisso. Eles estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem o meu consentimento”, afirmou.
Lucas relatou que entrou em contato com a Embaixada do Brasil, mas recebeu como resposta que não há possibilidade de intervenção. Ele também publicou vídeos em que é possível ouvir sons de confrontos armados.
Em sinal de alerta, o jovem ainda pediu atenção de outros brasileiros que estejam pensando em se alistar. “Tô fazendo esses stories pra deixar registrado tudo o que tá acontecendo. Se eu sumir, se algo acontecer comigo, vocês já sabem. E quero que outros brasileiros não passem pelo que eu tô passando.”
O Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado (26) que já são nove os brasileiros mortos e 17 os desaparecidos nos conflitos entre Rússia e Ucrânia.
Entre as vítimas brasileiras, três são paranaenses. O mais recente é Gabriel Lopacinski, de 22 anos, natural de Mallet, no sul do estado, que morreu em combate em janeiro deste ano, conforme informou a família.
Em agosto de 2023, o estudante de medicina Antônio Hashitani, de Curitiba, morreu em combate. Quase um ano depois, em julho de 2024, o paranaense Murilo Lopes Santos, de 26 anos e natural de Castro, também faleceu em circunstâncias semelhantes.
A guerra, que teve início em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ampla operação para invadir o país vizinho, atraiu combatentes de diversas partes do mundo que decidiram se voluntariar para participar do conflito.