
- Atualizado há 1 minuto
Imagens de uma câmera de segurança instalada dentro de uma casa no bairro Tranqueira, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, flagraram uma babá agredindo uma criança de apenas dois anos. O vídeo mostra a mulher desferindo pelo menos cinco tapas no rosto e na cabeça do menino. As agressões ocorreram na tarde de quinta-feira (20), feriado da Consciência Negra, e o caso se tornou público neste sábado (22). – assista ao vídeo ao final da reportagem.
A mãe da criança, Estefani Micaele Bonfim, de 25 anos, contou que trabalha fora e depende do serviço de babá para cuidar dos dois filhos, um de cinco anos e o pequeno que completará dois anos em dezembro. Ela afirma que jamais imaginou que algo assim pudesse acontecer. “Eu trabalho, eu sou sozinha, sou só eu e os meus dois filhos. Eu contrato babá, pago muito bem justamente porque pensei que nunca iria acontecer esse tipo de coisa”, disse.
Segundo ela, a mulher trabalhava havia menos de três meses na casa e era uma conhecida distante. “Eu tinha contratado ela recentemente, fazia menos de três meses que estava cuidando deles. Infelizmente ela é parente de longe. Veio até a mim pedindo emprego, dizendo que precisava, e eu dei uma chance por ser conhecida.”
A mãe explica que instalou câmeras de segurança não por desconfiar de agressões, mas por perceber o sumiço de objetos dentro de casa. “As câmeras não foram colocadas pelo fato de desconfiar que ela estava batendo, mas sim porque eu desconfiava que ela estava pegando coisas de casa. Até então as crianças não deram indício de que estavam sendo maltratadas.”
Com o tempo, porém, o comportamento do menino mudou. “De uns tempos para cá o Theo começou a chorar, não queria ficar com ela. Toda vez que eu ia trabalhar ele ficava em grito, choro.”
No dia das agressões, a avó havia levado as crianças para passar parte do dia em Rio Branco do Sul. Ao retornar, o menino continuou chorando e a babá ficou responsável por acalmá-lo. “A minha mãe trouxe eles por volta de quatro e meia. Ele ficou chorando e, quando minha mãe deu as costas para ir embora, ela levou ele para o quarto. Bateu nele no quarto antes e depois trouxe para ver se minha mãe tinha ido embora realmente. E bateu nele na frente das câmeras.”
Estefani, que estava na casa da sogra, decidiu entrar nas câmeras de segurança para verificar se as crianças já tinham chegado. Nesse momento, viu a cena em tempo real. “Eu vi ao vivo. Aumentei o volume porque ele estava chorando demais. Eu larguei tudo, saí descalça para o meio da rua e vim correndo aqui em casa.”
Ao chegar, ela confrontou a babá. “Eu perguntei: ‘Tia, você estava batendo nas crianças?’. Ela disse que não, que estava acalmando. Eu esfreguei o celular na cara dela e falei: ‘Tá aqui, olha as imagens’. Ela negou até a morte.”
No colo da mãe, o menino ficou em choque, relatou Estefani. “Ele estava chorando com o rosto todo vermelho, me chamando com a mãozinha. Eu só queria acalmar ele. Peguei ele no colo e falava: ‘Filho, a mãe tá com você’.
A mãe relata que outros sinais já haviam aparecido. “Teve um dia em que eu cheguei de surpresa e ela estava dando banho nele. Parecia que ela soltava ele no chão. Argumentei com ela e ela dizia que ele tinha escorregado. Ela sempre fazia o papel de coitadinha e a gente acreditava.”
Muito abalada, Estefani diz que se culpa por não ter percebido antes, mas afirma que tomou todas as precauções possíveis. “É uma sensação horrível. Você se sente a pior mãe do mundo por deixar teu filho em casa para trabalhar.”
Agora a mãe quer a responsabilização da babá pelas agressões: “Eu quero que essa mulher pague. Quero justiça. Ela mexeu com o psicológico do meu filho e eu não vou deixar isso impune.”
A caso segue sob investigação da Polícia Civil. O espaço do Nosso Dia está aberto a defesa da babá.