Com sessão plenária apenas uma vez na semana, às terças-feiras de manhã, os vereadores de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, votaram e aprovaram para eles mesmos um vale-alimentação de R$ 1,2 mil. Será um complemento ao salário que já recebem de de R$ 12.661. A medida gerou protestos.

O projeto foi aprovado por 7 votos a 4 na sessão desta terça-feira. Antes, apenas os funcionários comissionados e os efetivos recebiam o auxílio. Agora, com a aprovação, a medida segue para sanção do prefeito Dr. Gustavo (PL).

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A medida vai gerar um gasto anual de R$ 199,5 mil com os vales pagos aos 13 vereadores. O Sindicato dos Servidores de Araucária (Sifar) afirmou que a decisão dos parlamentares causa revolta:

“Os vereadores de Araucária fazem parte dos 5% da população com maiores salários, recebendo R$ 12.661,10. E agora, engordando seus próprios salários com mais R$1.279,38 reais de vale-alimentação, chegam a quase R$ 14 mil por mês. Ao falarmos da vereança, há um ponto importante a ser considerado: diferentemente das profissões da classe trabalhadora, que pressupõem a ideia de trabalho a longo prazo, o mandato político é algo transitório, um instrumento de representação que pode acabar a qualquer momento. Portanto, não deve ser utilizado como uma forma de obtenção de ganhos financeiros“, disse o Sifar.

Ainda, o Sifar alegou que a medida foi um ‘jeitinho’ dado para aumentar o salário dos vereadores. “Em 2023, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) lembrou ao chefe do executivo e aos parlamentares de Araucária – sete deles presentes neste mandato – que os seus salários não podem ser alterados durante o exercício do mandato. Como um “jeitinho”, que pode ser visto como uma forma de burlar essa recomendação, os parlamentares usaram o vale-alimentação como forma de aumentar os salários em 10% durante o mandato. É brincadeira ou, não é?“, questionou o Sifar.

Nos últimos anos, os vereadores de Araucária tiveram reajuste salaria. Em 2020, o aumento foi de 60% e, em 2022, de 32%.