Os vereadores Pier Petruzziello (PP) e Renato Freitas (PT) da Câmara Municipal de Curitiba bateram boca durante a sessão dessa terça-feira (1º). Durante a fala do líder do Governo na Casa, o petista fez uma interferência, o que motivou a confusão: "Se quiser, suba aqui e fale. Enquanto isso, cale a boca. Meu direito de fala tem que ser respeitado. Se quiser falar, suba aqui, ao invés de ficar gritando aí embaixo. Estou na tribuna, se quiser falar, venha e eu irei lhe ouvir, com respeito", disse Pier. Entre os xingamentos, o petista gritou: "Moleque".

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O motivo do confronto entre os vereadores é uma postagem publicada nas redes sociais do vereador Renato Freitas sobre a manifestação dos estudantes no pátio do Colégio Marista Santa Maria. Segundo ele, a manifestação pós eleição foi fascista: 'voltem pro esgoto'. (confira abaixo)

Defesa

Pier usou a palavra no pequeno expediente para fazer uma defesa ao colégio. "O Santa Maria é um colégio fundado em 1925, que educou, ensinou, propagou a educação na cidade de Curitiba ao longo de todos esses anos. Eu não estudei no Santa Maria, mas (...) há, inclusive, para um programa sensacional que eles têm sobre o parlamento, sobre o que faz um político. Seguramente, nesse colégio existem ótimos professores, que votaram em Bolsonaro, ótimos professores que votaram no Lula, professores que, talvez, não escolheram nenhum dos lados", inicia o vereador. (assista na íntegra)

Imagens: Youtube CMC

O líder do Governo na Câmara de Curitiba rechaçou a maneira de como a postagem foi escrita. Segundo ele, Freitas mandou a classe média branca ao esgoto e, o contrário, seria crime. "Nas suas redes sociais, ele agride a classe branca de Curitiba, chama de fascista. Se fossemos um de nós, brancos, dizer ao vereador para voltar ao esgoto, com certeza, seríamos taxados de racistas. O ministro Barroso lhe deu um salvo conduto, mas não lhe deu o direito de agredir a ninguém, não lhe deu o direito de xingar os alunos e os pais do Colégio Santa Maria", defendeu.

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O vereador continua, mesmo diante das falas de Renato Freitas, sentado em seu espaço no plenário. "Escutei muito dizer que com a vitória do Lula o amor venceu o ódio, mas não é o que parece quando a gente vê as redes sociais de um vereador, agora deputado estadual eleito democraticamente, com uma belíssima quantidade de votos, que a classe média branca de Curitiba deve voltar ao esgoto. Enquanto eu falo, cale a boca", já exaltado, dizendo: "Moleque é o senhor".

Nesse momento, Alexandre Leprevost (Solidariedade), que presidia a Mesa, faz uma intervenção e pede que Freitas respeito o tempo de fala de Pier. "Vereador Renato, por favor, peço compreensão, o vereador está falando no horário do pequeno expediente. Dessa forma, o senhor está quebrando o regimento da Casa. Por favor, se inscreva depois e o senhor rebate da maneira como quiser. Mas, por favor, vamos respeitar e o deixe concluir a sua fala", determina.

Respeito

Petruzziello, então, finaliza. "Não vamos aceitar dizer que a classe média branca precisa voltar para o esgoto porque ali tem muitos pais que lutam para pagar a mensalidade dos seus filhos. O Colégio tem professores de direita, de esquerda, pais de direita, esquerda, e isso deve ser respeitado". Freitas não usou a tribuna para rebater as críticas.

Colégio

À imprensa, o Colégio Marista Santa Maria se manifestou afirmando que está atento às movimentações políticas dentro da instituição.

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“O Colégio Marista Santa Maria informa que está acompanhando a mobilização que ocorreu no recreio na manhã de hoje e que está atento às movimentações relacionadas. Guiados pelos valores Maristas, pedimos a compreensão da comunidade escolar para o momento atual, que nos convida à prática do respeito, espírito de família e acolhimento das diferenças”, disse o Marista em nota.