Alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) contra a prática de "rachadinha" na manhã desta terça-feira (28), a vereadora de Curitiba Noemia Rocha (MDB) se pronunciou horas depois e afirmou ainda não ter tomado conhecimento "da íntegra do processo e das acusações no dia de hoje".

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Por meio de nota enviada ao Portal Nosso Dia, a parlamentar, que está em seu 4º mandato, disse que está à disposição das autoridades e argumentou que a operação ocorre possivelmente por causa de denúncia anônima por parte de adversários políticos.

"Em levantamento preliminar supomos se tratar de Denúncia Anônima, sem qualquer base e fundamento, possivelmente de adversários políticos!!", diz trecho da nota. Rocha também disse que pedirá antecipação de seu depoimento.

A vereadora Noemia Rocha - Foto: Divulgação

A operação, que cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados à vereadora, apura a suspeita de "rachadinha", prática que consiste em desviar salário do servidor para o próprio parlamentar. O Gaeco aponta que parte do pagamento dos assessores da vereadora foi usado para custear o casamento da filha dela.

Segundo o promotor e coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, Noemia Rocha tem praticado o crime desde 2017. "Em 2021, nos chegou uma denúncia de que desde 2017 havia 'rachadinha' no gabinete. Investigações indicam que havia o cometimento do crime, com repasse a pessoas que prestavam serviços a um programa de rádio da vereadora, além de outras despesas da parlamentar, como a festa de casamento da filha dela", afirmou ele.

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Apuração do Portal Nosso Dia aponta que sete HDs e vários documentos foram apreendidos pelas equipes do Gaeco. A intenção, conforme o mandado autorizado pela 6ª Vara Criminal da Região Metropolitana de Curitiba, é colher provas que colaborem para comprovar os crimes.

Noemia Rocha não compareceu à sessão desta terça-feira (28) na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A reportagem apurou que ela tem sete funcionários comissionados e seu gabinete permanece fechado desde a operação do órgão.

Veja a íntegra da nota emitida pela vereadora

"A Vereadora Noemia Rocha vem esclarecer que ainda não tomou conhecimento da íntegra do processo e das acusações no dia de hoje, e que no entanto está tomando as providências necessárias e cabíveis. Neste sentido, colocou-se inteiramente à disposição das autoridades para todo esclarecimento que se mostrar necessário, inclusive pedirá antecipação do seu depoimento.

Em levantamento preliminar supomos se tratar de Denúncia Anônima, sem qualquer base e fundamento, possivelmente de adversários políticos!!

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Mas, reitera, é de seu inteiro interesse e compromisso trazer todos os esclarecimentos à sociedade Curitibana em geral, assim como aos seus eleitores em particular."

O que diz a Câmara Municipal de Curitiba

Ao Portal Nosso Dia, a Câmara Municipal de Curitiba informou que foi comunicada sobre a operação deflagrada pelo Gaeco e liberou a entrada dos investigadores na Casa.

"No início da manhã desta terça-feira (28), a presidência da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) foi contatada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que informou a necessidade de cumprir um mandado de busca e apreensão no gabinete da vereadora Noemia Rocha (MDB).

Em atendimento à solicitação da autoridade competente, a gestão da Câmara Municipal de Curitiba ofereceu acesso às suas dependências, para fins de cumprimento do mandado. A CMC segue à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.

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A equipe do Gaeco chegou às 6h nas dependências da CMC e deixou o Legislativo às 7h50. Até o momento a CMC não foi comunicada formalmente do motivo da investigação, logo reiteramos à imprensa que isso deve ser buscado junto ao Ministério Público do Paraná"."