
- Atualizado há 17 segundos
O verão 2025/2026 deve ser marcado por temperaturas um pouco acima da média e distribuição irregular de chuvas, eventualmente intensas. A estação estará sobre a influência do fenômeno La Niña, o que deve impedir ondas de calor extremo, mas pode trazer tempestades. A nova estação começa no próximo dia 21
A probabilidade da ocorrência de ciclones extratropicais no verão é baixíssima, segundo climatologistas; trata-se de um fenômeno típico dos períodos mais frios do ano. A ocorrência de um ciclone extratropical em São Paulo no fim da primavera, como o de quarta, 10, é algo raríssimo, segundo especialistas. No entanto, diante das mudanças provocadas pelo aquecimento global, é difícil fazer previsões com 100% de certeza.
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“Eventos raros com maior frequência”
“É quase impossível de dizer, mas, estatisticamente, historicamente, a maior parte dos ciclones extratropicais ocorre nos períodos mais frios do ano, outono, inverno e primavera”, afirmou o coordenador geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi. “Este caso de agora, de um ciclone em dezembro é muito raro, ainda mais com essa intensidade e posição; o problema é que agora temos eventos raros com maior frequência por conta das mudanças climáticas.”
A climatologista Karina Lima, diretora científica do comitê nacional da Associação de Pesquisadores Polares em Início de Carreira (APEC-Brasil), é mais taxativa: “Vendaval é até comum”, disse. “Ciclone acho possível também.”
La Niña
Análise técnica elaborada por meteorologistas do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo indica que a estação será influenciada pelo fenômeno La Niña, com previsão de persistência até o fim do verão. Em anos de La Niña, as chuvas tendem a se deslocar do Sul para o Sudeste. Há possibilidade de episódios de zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que podem provocar dias de muita chuva no norte paulista.
As chuvas devem ocorrer de forma concentrada, geralmente associadas a passagem de frentes frias, o que pode gerar pancadas intensas em períodos curtos. A influência da La Niña pode trazer variações bruscas de temperatura, com eventuais entradas de ar mais frio. A análise também ressalta que fenômenos severos como tornados e ciclones são menos comuns no verão, ocorrendo com maior frequência em estações de transição.
“Neste momento diria que não vamos ter ciclones como o de quarta no verão”, afirmou o climatologista Francisco Aquino, do departamento de geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Acho que o que estamos vivendo agora é uma transição atrasada da primavera.”
