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Universidade concede diploma póstumo a estudante de medicina morto por policial militar

Marco Aurélio tinha 22 anos quando foi morto pelo policial Guilherme Augusto Macedo
Marco Aurélio tinha 22 anos quando foi morto pelo policial Guilherme Augusto Macedo

Estadão Conteúdo

06/12/25
às
8:18

- Atualizado há 3 horas

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A Universidade Anhembi-Morumbi concedeu um diploma póstumo ao estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, que foi morto por um policial militar em novembro de 2024.

A homenagem foi feita durante a colação de grau da turma de Marco Aurélio, na sexta-feira passada, 28 de novembro, no edifício Bunkyo, no centro de São Paulo. Os pais de Marco Aurélio, Julio Cesar Acosta Navarro e Silvia Cárdenas Prado, receberam o diploma em nome do filho com muitos aplausos dos presentes. Tanto Julio quanto Silvia são médicos.

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O caso

Marco Aurélio tinha 22 anos quando foi morto pelo policial Guilherme Augusto Macedo. O jovem foi alvejado na barriga na madrugada do dia 20 de novembro de 2024, na porta de um hotel em Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Macedo e outro policial, Bruno Carvalho do Prado, estavam fazendo ronda de rotina pela Vila Mariana, quando Acosta passou caminhando sem camisa e deu um tapa no retrovisor da viatura. Os dois policiais saíram em perseguição a ele, que tentou entrar em um hotel onde estava hospedado com uma mulher. Mas, àquela hora, a porta do estabelecimento estava fechada, e o estudante, desarmado, foi encurralado pelos policiais. Macedo atirou à queima-roupa e Acosta morreu.

Em vídeo gravado pelas câmeras corporais dos dois policiais, é possível ver o universitário falando “Tira a mão de mim! Tira a mão de mim!” repetidas vezes aos dois policiais militares, de acordo com o relatório final do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Em relatório final de inquérito, o delegado Gabriel Tadeu Brienza Vieira, do DHPP, afirmou que o uso de arma de fogo no caso “não se mostrou legítimo”, uma vez que “a vítima estava visivelmente sem armas e não estava em atitude que pudesse representar risco de morte ou lesão a guarnição policial ou terceiros”.

O Ministério Público indiciou Macedo e Prado por homicídio doloso (intencional). Recentemente, a juíza Luciana Menezes Scorza, da 4ª Vara Criminal do Júri da capital, negou pedido de prisão preventiva para o policial, mas aceitou a denúncia do MP (o que significa que o caso começará a tramitar), e determinou que Macedo cumpra medidas cautelares.

Macedo está proibido de manter contato com familiares da vítima, deve se apresentar mensalmente em juízo, precisa manter seu endereço atualizado perante a Justiça, não pode se ausentar por mais de oito dias da comarca onde mora e está proibido de frequentar bares e festas.

Segundo a juíza, os elementos da investigação “não evidenciam periculosidade social do denunciado nem risco por seu atual estado de liberdade, a ensejar a medida extrema neste momento processual”. O policial “encontra-se designado para funções administrativas, exercendo outras atividades diferentes da operacional, fiscalizado por seu comando, de modo que a garantia da ordem pública se encontra preservada e a possibilidade de reiteração criminosa, afastada”, considerou a magistrada.

O advogado dos policiais, João Carlos Campanini, afirmou ao Estadão que buscará demonstrar à justiça que Macedo e Prado atuaram dentro da legalidade, e disse que, enquanto isso, eles seguem desempenhando suas funções na PM aguardando a conclusão do processo.

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