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UFPR lidera iniciativas para detectar metanol em bebidas; Ministério da Saúde registra 102 notificações

Laboratório da universidade oferece análises rápidas e gratuitas; Unesp e UnB também têm métodos de detecção
Laboratório da universidade oferece análises rápidas e gratuitas; Unesp e UnB também têm métodos de detecção

Redação Nosso Dia com Agência Brasil

04/10/25
às
10:36

- Atualizado há 4 horas

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O consumo de bebidas adulteradas com metanol é um risco silencioso: não há cheiro ou sabor que indique a contaminação, que só pode ser confirmada por testes laboratoriais. Segundo o Ministério da Saúde, até esta sexta-feira (3) foram registradas 102 notificações de suspeita, com 11 casos confirmados.

Entre as iniciativas, o Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear da UFPR abriu atendimento gratuito ao público para análise de bebidas alcoólicas. O vice coordenador do laboratório, professor Kahlil Salome, explica que o equipamento funciona como exames médicos:

“Colocamos o líquido em um tubo e a análise é muito rápida. Conseguimos examinar uma amostra a cada cinco minutos. O equipamento gera um gráfico e uma das linhas indica a presença de metanol”, detalha.

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Bastam 0,5 ml da bebida para o exame, que consegue detectar a substância mesmo em produtos com corantes ou frutas. O teste identifica níveis de metanol acima do tolerável para consumo humano — 10 microlitros em 100 ml de cachaça, vodka ou tequila.

Além da UFPR, a Unesp desenvolveu em 2022 um método patenteado pelo INPI, que utiliza reagentes capazes de transformar metanol em formaldeído e gerar mudança de cor na solução em cerca de 15 minutos.

Na UnB, pesquisas iniciadas em 2013 originaram a startup Macofren, que fornece kits para empresas e órgãos públicos. Cada kit custa cerca de R$ 50, e o reagente sai por R$ 25 por teste, usando apenas 1 ml da bebida. Desde o início da crise, 200 empresas estão na fila de espera para realizar análises, incluindo produtores de eventos.

O professor Salome ressalta a importância de envolver a sociedade:

“A pesquisa traz respostas em momentos de crise e aproxima a população da universidade pública. Outras instituições federais possuem laboratórios similares que podem ser acionados para exames de metanol”.

Especialistas alertam que 30 ml de metanol podem ser fatais, e reforçam que a detecção deve ser rigorosa para evitar falsos negativos, mesmo com a diversidade de corantes e açúcares nas bebidas.

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