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Uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), a qual o Portal Nosso Dia teve acesso, determinou como inconstitucional a leitura da Bíblia no início das sessões na Câmara Municipal de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A decisão tem como base o fato de que o Brasil é um estado laico e que a leitura privilegia uma crença em detrimento das demais, o que viola a Constituição Federal.

A leitura da bíblia estava prevista no artigo 7 do regimento da Casa, no qual o presidente poderia escolher um versículo para ler ou pedir para que algum vereador presente o fizesse. A Ação Direta de Inconstitucionalidade foi promovida pelo então procurador-geral da Justiça, Gilberto Giacoia. Na decisão, tomada no fim de maio, foram 15 votos favoráveis à inconstitucionalidade da leitura e nove contrários.

"A República Federativa do Brasil é laica, o que significa que deve manter um posicionamento neutro em relação à religião. O princípio da laicidade estatal é extraído do artigo 19, I, da Constituição Federal, que veda à União, Estados e Municípios “estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, acolaboração de interesse público”, diz trecho da decisão do voto do relator.

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Ainda no voto contrário, é citada a preferência uma religião em relação a outras. "Nesse prisma, ao permitir a leitura de versículo da Bíblia Sagrada no início de cada sessão do Legislativo municipal, a norma aqui questionada prestigiou as religiões que professam os ensinamentos bíblicos em desfavor de todas as demais, violando os princípios da laicidade ensinamentos bíblicos em desfavor de todas as demais e incorrendo, assim, em vícide inconstitucionalidade material; Diante do exposto, voto no sentido de julgar procedente a presente ação direta, ao efeito de reconhecer a inconstitucionalidade do artigo 7º, parágrafo 5º, do Regimento Interno da Câmara de Vereadores de Araucária", afirma o relator.

A Câmara Municipal de Araucária deve decidir nesta semana se continuará com a leitura da bíblia no início das sessões. Os vereadores que defendem a manutenção não temem problemas jurídicos, por mais que o TJPR tenha definido pela inconstitucionalidade.