- Atualizado há 1 semana
Com uma massiva colaboração da população paranaense, a Assembleia Legislativa do Paraná recebeu cerca de oito mil contribuições para a elaboração do orçamento do Estado, com sugestões de investimentos, obras e destinação de recursos. As principais reivindicações e demandas externadas pela população estão distribuídas em áreas como educação, infraestrutura, saúde, segurança pública, agricultura, turismo e lazer. Uma obra de infraestrutura bastante citada é a implantação de terceiras faixas em trechos das rodovias BR-376 e BR-277, principalmente entre Curitiba e Ponta Grossa.
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Os trechos destas rodovias, administradas pela Via Araucária, têm sofrido com intensos congestionamentos nos últimos meses. Seja por acidentes ou até devido a obras obrigatórias em contrato, que acabam aumentando o tempo de viagem. Não à toa, esse foi um dos pedidos que os deputados mais receberam por parte da população. Os números foram anunciados nesta segunda-feira (02) pelo presidente do Poder Legislativo, deputado Ademar Traiano (PSD). Com R$ 78,7 bilhões previstos para 2025, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) e o orçamento participativo estão sendo debatidos pela Assembleia com representantes do governo, de órgãos estaduais e de entidades da sociedade civil organizada.
Reivindicações
As principais reivindicações e demandas externadas pela população estão distribuídas em áreas como educação, infraestrutura, saúde, segurança pública, agricultura, turismo e lazer. As sugestões são feitas por pessoas de todas as regiões do Estado, de cidades maiores, como Maringá e Cascavel, ou municípios menores, como Guaraqueçaba ou Cantagalo. A duplicação de diversos trechos da PR-323 em diferentes municípios é uma das sugestões registradas no documento. Entre os argumentos está o de que a melhoria da infraestrutura vai incentivar a indústria, o comércio, o turismo e a mobilidade, fomentando o progresso nas localidades aonde a duplicação ocorrer. A contração de trincheiras na ligação entre Maringá e o distrito de Iguatemi também está entre as citações.
Na área da Saúde, as pessoas solicitam mais investimento nos serviços e na entrega de medicamentos gratuitos pela rede estadual. Também há pedidos de mais atenção na destinação de recursos para comunidades e localidades do interior, no aumento do monitoramento por câmeras e melhoria da iluminação pública.
Os participantes pedem ainda investimentos na agricultura, como a contratação de profissionais para atender os produtores; a melhoria das estradas utilizadas para escoar a produção da agricultura familiar; a disponibilização de recurso para aquisição de pequenas máquinas destinada aos pequenos e micro produtores, além de recursos pra aquisição de veículos para o transporte entre as propriedades e os centros de comercialização.
O Turismo e o lazer também estão entre as sugestões. No documento, há muitos pedidos de incentivo para a infraestrutura voltada ao ciclismo, com rotas de ciclofaixas ligando vias já existentes e cidades próximas, com toda a segurança necessária a ciclistas. Também é solicitado projetos de incentivo e valorização do turismo rural, do ecoturismo e do cicloturismo, além de investimentos nas praias do Litoral. Na cultura, há sugestões para projetos de incentivo e valorização com a promoção de peças de teatro itinerante nos municípios do Paraná.
Transparência
O Programa Orçamento da Gente é uma iniciativa inédita do Poder Legislativo, realizada por meio da Comissão de Orçamento, e faz parte das ações da Casa para abrir espaço à sociedade na tomada de decisões. A proposta permitiu que cidadãos apresentassem sugestões que poderão ser incorporadas à LOA.
O programa proporcionou a elaboração do orçamento com a contribuição de conselhos participativos, associações, sindicatos e ONGs, seja de forma direta por meio da participação digital. As sugestões puderam ser feitas pelo site oficial da Assembleia durante o mês de novembro. Além disso, a instituição promoveu a audiência pública “Orçamento participativo: Apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA)”. O encontro debateu a Lei que estabelece a estimativa de receita e fixa as despesas do Orçamento Geral do Estado.
O projeto da LOA trata do orçamento, das unidades administrativas do Estado, da estimativa das receitas e dos detalhamentos das despesas. A previsão é de uma receita total de R$ 78,7 bilhões para o ano de 2025, um crescimento de 15% em relação às receitas deste ano. De acordo com o Poder Executivo, isso significa, na prática, um aumento de R$ 10 bilhões no orçamento de um ano para o outro. A LOA promove um maior alinhamento entre os objetivos do plano de médio prazo e a realidade daquele ano, além de estabelecer limites claros e realistas para que o orçamento seja elaborado.
LOA
A previsão do Governo do Estado é de R$ 75,6 bilhões em receitas totais destinadas ao Orçamento Fiscal e ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Isso inclui o pagamento de pessoal e encargos sociais, juros e despesas correntes. Outros R$ 3,1 bilhões são destinados ao Orçamento de Investimentos das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista.
O orçamento prevê um crescimento de 14,7% nas áreas de Saúde, Educação e Segurança Pública. Na Educação, serão destinados R$ 18,6 bilhões, com um aumento de 16,8% em relação a 2024. Na Saúde, a previsão é de R$ 9,3 bilhões, um aumento de 17,4%. Para a Segurança Pública, o orçamento será de R$ 6,4 bilhões. As áreas de Ciências e Tecnologia, Infraestrutura e Logística, e Agricultura e Abastecimento também terão investimentos significativos.
O Estado projeta uma receita corrente de R$ 71,3 bilhões e R$ 3 bilhões em receitas de capital, que financiarão investimentos e projetos de longo prazo. As despesas correntes somam R$ 65,7 bilhões, incluindo salários de servidores públicos, manutenção de instalações e aquisição de materiais. As despesas de capital estão previstas em R$ 8,4 bilhões, com R$ 1,5 bilhão destinado a reservas de contingência.
Trâmites
Os parlamentares concluíram a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em julho deste ano. A LDO define metas e prioridades do Governo para o próximo ano e orienta o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA). Vencida esta etapa, é iniciada a discussão, análise e elaboração das emendas para a LOA e para o Plano Plurianual (PPA). O PPA abrange o período que se inicia no segundo ano do mandato do chefe do Poder Executivo e se estende até o fim do primeiro ano de seu sucessor. O instrumento é destinado a programar as políticas públicas e ações de demais Poderes e órgãos constitucionais autônomos.