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Tendência em grandes cidades, retrofit faz prédios antigos do Centro de Curitiba renascerem; entenda

De acordo com a arquiteta Carla Choma Frankl, da área de Projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e responsável por obras de renovação ou restauro de prédios públicos como o Belvedere e o Estúdio Riachuelo, obras de retrofit são uma tendência em expansão natural nas grandes cidades
Projeto de retrofit do Edifício Apolo, no Centro de Curitiba. Imagens: Arquea Arquitetos
De acordo com a arquiteta Carla Choma Frankl, da área de Projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e responsável por obras de renovação ou restauro de prédios públicos como o Belvedere e o Estúdio Riachuelo, obras de retrofit são uma tendência em expansão natural nas grandes cidades

Redação com SMCS

15/09/25
às
15:23

- Atualizado há 9 segundos

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Reformar, renovar, reabilitar, requalificar. Todos esses verbos cabem no termo “retrofit”, que se refere a projetos e obras que dão vida nova a prédios antigos. 

As intervenções atualizam as construções em termos de normas técnicas, alteram as plantas criando diversidade de moradia na mesma torre (de estúdios a apartamentos maiores) e, principalmente, adaptam imóveis comerciais para uso residencial ou misto.

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Obras de retrofit são uma tendência em expansão natural nos centros das grandes cidades, inclusive na capital paranaense.

De acordo com a arquiteta Carla Choma Frankl, da área de Projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e responsável por obras de renovação ou restauro de prédios públicos como o Belvedere e o Estúdio Riachuelo, obras de retrofit são uma tendência em expansão natural nas grandes cidades. Em especial, para ampliar a opção de moradia em seus centros, que muitas vezes têm prédios comerciais ou mesmo residenciais fechados. 

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Carla lembra que a oferta de imóveis novos no Centro é limitada pela escassez de terrenos e demolir grandes estruturas de prédios antigos não costuma ser tão simples. 

“Os projetos de retrofit, na maioria das vezes acompanhados de alteração no tipo de uso do imóvel, são uma oportunidade para ressignificar edifícios fechados ou com baixa ocupação no Centro, e que muitas vezes têm grande qualidade arquitetônica”, explica a arquiteta do Ippuc.

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A arquiteta Carla Choma Frankl, do IPPUC, responsável por obras de renovação como Belvedere e Estúdio Riachuelo.

Mais sustentável

O retrofit, como um processo de recuperação e adaptação de estruturas já existentes, também é considerado uma alternativa mais sustentável de obra, destaca Carla. “Renovar uma edificação envolve menos utilização de materiais de construção e descarte de resíduos. A demolição é controlada, se comparado a derrubar tudo e construir um novo, o que envolveria um volume muito maior de água, energia elétrica e outros elementos que são aplicados em menor escala no processo de retrofit”, justifica a arquiteta do Ippuc. 

Tanto por ser mais sustentável como por contribuir para a reocupação de prédios antigos fechados, obras de retrofit realizadas na região central da capital estão alinhadas a várias iniciativas da Prefeitura, em especial, ao projeto Curitiba de Volta ao Centro, que prevê ações de redesenvolvimento da região, envolvendo poder público, empresas, instituições públicas e privadas, organizações da sociedade civil e a população na construção das soluções. 

Bom exemplo

Um bom exemplo em execução no Centro de Curitiba é o retrofit do Edifício Apolo, que tem 56 anos e fica na esquina das ruas Mateus Leme e Inácio Lustosa, atrás do Shopping Mueller. O prédio de quatro andares, construído em 1969, está “renascendo” com intervenções que vão além de repaginar a fachada.

Com projeto assinado pelo escritório de arquitetura curitibano Arquea, o “novo” Edifício Apolo continuará a ser de uso misto (moradia e comércio), mas estará em dia em termos de normas técnicas da Prefeitura e Corpo de Bombeiros, como acessibilidade, ventilação e iluminação naturais; e tecnologias ou facilidades do dia a dia, como elevador, climatização e medidores de energia e de água individuais.

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O Edifício Apolo fica na esquina das ruas Mateus Leme e Inácio Lustosa, atrás do Shopping Mueller, o Centro.

Fernando Caldeira de Lacerda, arquiteto responsável pelo projeto do retrofit e sócio fundador da Arquea, conta que o escritório também propôs à família proprietária do imóvel uma completa alteração na planta original do prédio, que originalmente tinha 28 unidades habitacionais. “As cinco lojas no térreo serão mantidas, mas os três andares superiores passarão a ter 54 estúdios com 25 a 40 metros quadrados”, salienta ele.

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O projeto de retrofit prevê uma completa alteração na planta original do prédio. 

Para garantir que o “novo” Edifício Apolo receba as atualizações necessáriasa construtora responsável pela execução do projeto está realizando um reforço das estruturas, obra necessária, por exemplo, para a troca do telhado e de toda a parte elétrica, de telefonia, hidráulica, ar-condicionado e revestimentos. 

Fachada

A parte externa do prédio também está mudando. Originalmente com janelas pequenas e acabamento em pastilhas brancas e azuis, o edifício está ganhando sacadas na maioria dos apartamentos e uma fachada que está deixando o prédio contemporâneo. 

Além disso, o Edifício Apolo terá um terraço com vista para o Passeio Público e os prédios próximos, dos anos 1940 a 1960. Já o subsolo ganhará lavanderia, academia e bicicletário.

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O rooftop do “novo” Edifício Apolo terá espaço gourmet e vista para o Passeio Público. 

Pedro Amin Tavares, também arquiteto e sócio fundador da Arquea, ressalta que, ao conceber o retrofit, o escritório de arquitetura da capital buscou manter no projeto uma qualidade já existente no antigo Edifício Apolo: o conceito de fachada ativa, com lojas no térreo, em que a construção se volta para a rua, para as calçadas. “Edifícios com pavimento térreo, destinado a comércios e serviços, valorizam o espaço público e a convivência entre as pessoas”, justifica ele.

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Os arquitetos Fernando Lacerda e Pedro Tavares, da Arquea, responsáveis pelo projeto de retrofit do Edifício Apolo. 

Curitiba de Volta ao Centro

O programa lançado pelo prefeito Eduardo Pimentel em janeiro deste ano já é uma realidade e suas primeiras iniciativas começam a transformar para melhor a região central. Entre as ações multissetoriais em execução estão: devolver a atratividade ao bairro, com a realização de eventos como o Domingo no Centro; ampliar a segurança, com as ações do Centro Seguro; reforçar as equipes da FAS para resgate da população em risco social; reocupar imóveis antigos, como o Estúdio Riachuelo; e incentivar o comércio, reduzindo a burocracia na liberação de alvarás.

Repaginar a paisagem urbana do Centro, inclusive o entorno de prédios que passem por retrofit, também integra as ações previstas no projeto.

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