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A temporada da tainha começou nesta semana e, em apenas dois dias, pescadores de Pontal do Paraná, Litoral do Estado, já pegaram mais de 5 toneladas. A expectativa é de boas vendas para os pescadores paranaenses.
Segundo os caiçaras, a pesca da tainha precisa ter o clima ideal: vento sul, água do mar bem fria e a temperatura baixa. Essa combinação somada a uma mãozinha da natureza faz com que a pesca da tainha seja muito produtiva. Vários balneários se preparam para participar desse momento.
O estoque sul desta espécie migra anualmente da Argentina e Uruguai para o Brasil, podendo chegar até o estado do Espírito Santo, dependendo das condições climáticas. Ao chegarem no Brasil, elas migram da Lagoa dos Patos (RS) para Pontal do Paraná (PR).
Os profissionais da pesca fazem tudo de maneira artesanal como seus ancestrais, usando uma modalidade chamada de “lanço”, onde são utilizadas canoas sem motor, a base de remo. Quando querem pescar, colocam suas redes em círculos na água rasa e cada um segura um determinado pedaço da rede.
Neste momento, outros pescadores se juntam aos amigos e até os turistas que estão na areia ajudam a puxar a rede. Então, todos vão ao centro da roda e batem na água. Se algum peixe quer fugir para o fundo, fica preso na rede. Aquele que apanha muito peixe reparte com os outros que pescam pouco. Quem ajuda a puxar a rede, recebe um peixe como parte de pagamento.
Existe outra modalidade mais moderna de pesca da tainha, denominada “cerco de rede alta”, feito com barcos motorizados. Em um ponto alto, um integrante dos grupos de pescadores, conhecido como vigia, fica responsável por monitorar a aproximação dos cardumes. Ao avistar a chegada das tainhas, ele avisa seus companheiros por rádio. Estes se apressam em colocar as canoas na água e jogar a enorme rede de arrasto. A última etapa envolve duas equipes, que precisam puxar a rede em pontos diferentes até a areia.
Os pescadores comemoram o início da temporada da tainha no Brasil: evento sustentará dezenas de famílias nos próximos dois meses.
Izair Marcelino da Veiga, conhecido como Lico pescador, explica que a tainha aquece a economia do município e ressaltou a importância desta época do ano: “O momento da tainha é o mais precioso para o pescador, por causa da renda familiar e da parceria que existe entre todos eles. Nesses dois meses de pesca, seremos agraciados por Deus e pedimos orações para os pontalenses para esses pescadores que são um povo tão sofrido. Nós esperamos ser contemplados com essa pesca, pedindo a todo povo de Pontal do Paraná que procure comprar nosso peixe. E aproveito para agradecer a imprensa de Pontal do Paraná e o poder executivo, que deu apoio total aos pescadores”.
Para fortalecer as tradições caiçaras, a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Pontal do Paraná realizará o 2º Festival Gastronômico Caiçara de 15 a 24 de julho.
Até lá, encontre tainhas com pescadores nos balneários: Pontal do Sul; Shangri-lá; Ipanema; Barrancos; Atami; Praia de Leste.