- Atualizado há 2 meses
O técnico de enfermagem de 25 anos, preso por abusar de pelo menos quatro pacientes homens na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), é funcionário há dois anos do Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico no Brasil. Em depoimento à Policia Civil, ele negou ter cometido qualquer tipo de abuso nesta casa hospitalar.
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Por meio de nota, o Hospital Pequeno Príncipe informou que nunca houve nenhuma queixa sobre o trabalho do técnico de enfermagem. “Há dois anos no Hospital, ele não tem registro de queixas em relação a sua conduta na instituição, seja reclamação no Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) ou advertência do Setor de Recursos Humanos”, informou a casa hospitalar.
O hospital destacou ainda que os pacientes do hospital tem direito a acompanhantes. “A instituição reafirma seu compromisso com a proteção e a defesa da vida de crianças e adolescentes e dedica seu conhecimento e energia para oferecer assistência de qualidade, respeito e dignidade. Nesse sentido, garante aos pacientes internados o direito de permanecer com um acompanhante ao seu lado durante todo o período de hospitalização”, diz a nota.
Por fim, o Pequeno Príncipe destacou que vai colaborar com o que for preciso na investigação do caso. “O Pequeno Príncipe ainda não foi acionado formalmente, mas está levantando todas as informações para colaborar com as investigações e já está tomando todas as medidas recomendadas pelos órgãos competentes, inclusive o desligamento dele”, concluiu o documento.
A secretária municipal de Saúde de Curitiba, Rosângela Battistella, afirmou que os pacientes abusados pelo técnico de enfermagem de 25 anos, preso pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) na terça-feira (29), serão testados para HIV e receberão o acompanhamento necessário. O suspeito, que gravou os crimes na Unidade de Pronto Atendimento da Cidade Industrial de Curitiba, é portador do vírus. Ele foi demitido pela prefeitura.
O suspeito cometeu o crime contra pacientes homens que estavam sedados. “Ele se declarou como portador do HIV e cada vítima terá o tratamento que cabe nesta situação. Existe um protocolo de exames, medicamentos e apoio psicológico”, afirmou a secretária.
De acordo com Battistella, assim que o caso veio à tona o técnico de enfermagem foi demitido. “Recebemos a informação da Polícia Civil e imediatamente demitimos esse individuo. Pessoas que podem ter sido vítimas podem nos procurar pelo 156. Indivíduo que agiu na sombra, na penumbra e foi descoberto por uma denúncia”, disse.
A secretária ainda afirmou que o técnico de enfermagem nunca levantou suspeita de outros funcionários da UPA. “Cumpria com todas as obrigações, chegava no horário e saia no horário. Ninguém nunca notou nada. Adotamos todo o cuidado e na sequência vamos rever o protocolo de segurança assistencial para que outros casos não aconteçam”, explicou.
Por fim, a secretária confirmou que o processo de contratação de funcionários pode ser revisto após este caso. “Nós temos um processo seletivo técnico e sempre acompanhado pelo desempenho. Infelizmente, algumas coisas você não detecta e acaba sendo detectada desta forma. Em processos futuros, se terá que estabelecer algumas condutas que possam identificar isso”, concluiu.
O caso
O técnico de enfermagem foi preso após o namorado dele encontrar, no celular, vídeos dos abusos. As gravações foram feitas pelo próprio autor do crime. De acordo com o delegado da PCPR Tiago Dantas, os vídeos mostram que os estupros eram praticados contra pacientes homens. “Com base nesses arquivos, fizemos um levantamento que possibilitou qualificar esse suspeito e suas vítimas. Ao todo, identificamos vídeos de quatro pacientes diferentes”, disse.
De acordo com o delegado da PCPR Tiago Dantas, os vídeos mostram que os estupros eram praticados contra pacientes homens. “Com base nesses arquivos, fizemos um levantamento que possibilitou qualificar esse suspeito e suas vítimas. Ao todo, identificamos vídeos de quatro pacientes diferentes”, disse.
Nesta terça-feira, a equipe da PCPR cumpriu um mandado de prisão preventiva contra ele e também buscas em sua residência. “No local, apreendemos medicações como fentanil, quetamina e morfina que o técnico havia subtraído dos locais em que trabalhava. Por conta disso, ele foi autuado em flagrante por furto”, conta a delegada da PCPR Aline Manzatto.
O celular do investigado também foi apreendido e será encaminhado à perícia a fim de verificar a existência de outros registros dos crimes praticados. Durante as investigações, a equipe da PCPR verificou, ainda, que o indivíduo é portador do vírus HIV e que tinha ciência disso desde o ano de 2019.