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O deputado estadual Ricardo Arruda (PL), um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Paraná, afirmou em vídeo encaminhado pela assessoria de imprensa ao Portal Nosso Dia, nesta quinta-feira (14), que é ‘surreal’ a possível filiação de Beto Richa (PSDB) para concorrer à Prefeitura de Curitiba. Afirmou que o ex-governador é mais ligado à esquerda e que a pressão das redes sociais pode surtir efeito para evitar a confirmação de Richa na sigla.

Ontem, aconteceu uma reunião entre Richa e Bolsonaro para o tucano ser o candidato do ex-presidente à Prefeitura de Curitiba. Entretanto, a repercussão negativa na base do próprio partido pode ser um problema. Além das críticas de Arruda, o ex-deputado federal Paulo Martins, nome forte da sigla, anunciou que deixou a presidência executiva do PL de Curitiba.

No vídeo, Arruda afirmou que foi um dia tumultuado e que algo inesperado aconteceu. “Dia tumultuado e vocês acompanharam, com o negócio surreal da filiação de Beto Richa. Tinha uma agenda hoje com o presidente Bolsonaro e falaram para eu correr no PL que Filipe Barros (deputado federal) levou Beto Richa para se filiar. Quando cheguei, estavam saindo dois assessores e perguntei ‘o que é isso’. O Felipe Barros disse: ‘Veja, tem uma mudança aqui no partido'”, afirmou o deputado estadual.

Arruda chegou a se apresentar como nome de Bolsonaro para concorrer à Prefeitura de Curitiba, o que não foi confirmado pelo PL. Ainda no vídeo, o deputado estadual isentou Bolsonaro de culpa por uma possível filiação de Richa.

“Falei longamente com o Bolsonaro e disse que não tem o mínimo sentido, alguém que foi preso, é ligado com o Alckmin, é muito mais de esquerda, se filiar ao partido. Falei com o Valdemar (presidente nacional do PL) o Giacobo (deputado estadual e presidente do PL no Paraná), que é contra. O PL não tem culpa e Bolsonaro também não. O erro foi do Barros de levar Richa e apresentá-lo como bom candidato. Expôs nosso partido e isso é incompreensível”, disse.

Por fim, o deputado estadual destacou que não é certa ainda a filiação de Richa, especialmente pela pressão dos eleitores do PL nas redes sociais. “Fiquem tranquilos. Acredito que a manifestação da direita, que é unida e disse que não aceita Beto Richa, fez o partido enxergar que estavam sendo enganados que o Beto era um bom nome para o partido”, concluiu.

Richa foi prefeito de Curitiba de 2005 a 2010 e governador do Paraná no período de 2011 a 2018. Preso três vezes em diferentes processos, aos quais não responde mais na Justiça, o tucano tem um forte reduto eleitoral na capital, ao mesmo tempo em que acumula alta rejeição, conforme pesquisas divulgadas em 2023.

O espaço está aberto caso Filipe Barros e Beto Richa queiram se manifestar. Até o momento, pelas redes sociais, nenhum dos dois falou sobre a possível filiação do ex-governador.