A superintendente municipal de trânsito, Rosângela Battistella, negou a existência de uma ‘indústria da multa’ em Curitiba. De acordo com ela, todas as medidas adotadas recentemente têm como objetivo reduzir o número de acidentes e mortes na capital. Durante a fala, que aconteceu nesta terça-feira (14), na Câmara Municipal de Curitiba, ela afirmou que as estatísticas mostram que 99,94% dos motoristas respeitam as normas de trânsito e não recebem autuações.

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Radar nos cruzamentos das ruas Ulbaldino do Amaral e Amintas de Barros (Foto: Lucilia Guimarães/SMCS)

“O curitibano respeita, 99,94% dos motoristas respeitam a sinalização de trânsito”, disse, puxando uma salva de palmas aos motoristas da cidade. “O que existe é uma indústria da infração, mas mesmo assim ela é muito pequena”, garantiu Battistella.

Números da Setran apontam que 396.164 autos de infração foram emitidos de janeiro a maio deste ano, sendo a maior parte deles, 237.174, por meio de dispositivos de fiscalização eletrônica.

Quanto à soma dos autos emitidos ano a ano, entre 2014 e 2020, Battistella indicou que 2016 registrou o maior valor, equivalente a R$ 960.354. O menor, aconteceu em 2020, com R$ 624.645. Segundo ela, os valores arrecadados com multas aumentaram em função da Lei Federal 13.281/2016, que reajustou as infrações em cerca de 55%.

Desconexão com a realidade’

Após a fala, diversos vereadores criticaram a exposição. Entre os mais efusivos, Denian Couto (Podemos) afirmou que a “narrativa” estaria desconexa com a realidade.

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“Quando o Poder Público nega a realidade que a gente observa nas ruas, essa desconexão do que há na vida real para o discurso e a criação de uma narrativa me preocupa, pois trata o cidadão como se ele fosse tonto, tolo. Nós temos uma indústria da multa em Curitiba a ponto de que a previsão é de que cheguemos ao fim do ano com quase R$ 1 milhão em multas aplicadas”, disse.

O vereador afirma que a indústria da multa é um fato.

“Não há de se comemorar que um único radar multe 13 mil pessoas, isso é motivo de preocupação”.

Diante da fala, Battistella reafirmou que a indústria não existe.

“Basta respeitar a sinalização, que a pessoa não é autuada. A indústria é do infrator e não da multa”, concluiu.