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Superbactérias: 7 dicas para usar antibióticos de forma segura 

Uso incorreto de medicamentos acelera a resistência bacteriana e dificulta tratamentos; especialista dá dicas
(Foto: Freepik)
Uso incorreto de medicamentos acelera a resistência bacteriana e dificulta tratamentos; especialista dá dicas

Redação*

02/05/25
às
9:50

- Atualizado há 12 horas

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O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado em 5 de maio, reforça um alerta importante: o uso incorreto de medicamentos, especialmente dos antibióticos, coloca a saúde em risco e favorece o surgimento das chamadas superbactérias — microrganismos que se tornam resistentes aos tratamentos convencionais.

Essa resistência acontece quando bactérias passam a não responder mais à ação dos antibióticos, muitas vezes porque foram expostas repetidamente a esses medicamentos de forma inadequada, como em tratamentos incompletos, doses erradas ou uso sem necessidade. O problema dificulta o combate às infecções e torna procedimentos médicos, como cirurgias e quimioterapia, mais arriscados.

Segundo Fernando de Oliveira, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D’Or, o uso inadequado ou excessivo de antibióticos é uma das principais causas da resistência bacteriana.

“Tanto o uso indevido quanto o excesso de antibióticos, não só em humanos, mas também em animais e plantas, promove o aparecimento de bactérias resistentes aos medicamentos disponíveis e, por isso, difíceis de tratar”, explica.

A resistência bacteriana é hoje considerada uma das maiores ameaças à saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela foi diretamente responsável por 1,27 milhão de mortes em 2019 e contribuiu para quase 5 milhões de óbitos no mundo.

Entre os equívocos mais frequentes, o especialista cita o uso de antibióticos para tratar infecções virais, como gripes e resfriados (prática agravada durante a pandemia da covid-19) e a interrupção precoce do tratamento. “É muito comum o paciente apresentar melhora dos sintomas e parar de usar o antibiótico antes do recomendado pelo médico. Entretanto, isso nem sempre significa que a infecção foi totalmente combatida”, alerta.

O oposto também é um sinal de alerta: ausência de melhora após 48 a 72 horas do início do tratamento. “Normalmente, após começar o antibiótico, a febre e os sintomas tendem a diminuir nesse período. Quando isso não acontece, pode ser um indício de resistência bacteriana”, afirma.

No entanto, ele ressalta que outros fatores também devem ser considerados. “Pode ser que o foco da infecção não esteja sendo tratado corretamente, que seja uma infecção viral ou que haja necessidade de intervenção cirúrgica, como no caso de um abscesso. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental”, explica o médico do São Luiz Morumbi.

Reconhecido como uma referência em alta complexidade e um dos hospitais mais modernos da América Latina, o São Luiz Morumbi oferece desde emergência adulta e pediátrica até atendimento de excelência em diversas especialidades como cardiologia, oncologia, cirurgia robótica e ortopedia.

Outro fator preocupante sobre o tema é o uso maciço de antibióticos na produção animal. “Em alguns países, a quantidade de antibióticos utilizados na criação de animais chega a ser quatro vezes maior do que o uso em humanos”, destaca o infectologista. Esses microrganismos resistentes podem ser transmitidos para as pessoas tanto pelo contato direto quanto pela cadeia alimentar.

7 dicas para usar antibióticos de forma segura

Para ajudar no combate à resistência bacteriana e proteger a saúde, confira algumas atitudes simples, mas essenciais:

  1. Use antibióticos apenas com receita médica: nada de automedicação.
  2. Siga o tratamento até o fim: mesmo que os sintomas desapareçam antes.
  3. Não compartilhe medicamentos: cada infecção é única e requer avaliação médica.
  4. Evite usar sobras de antibióticos: tratamentos anteriores não garantem eficácia para novos casos.
  5. Higienize as mãos frequentemente: uma das formas mais simples de prevenir infecções.
  6. Mantenha as vacinas em dia: elas ajudam a evitar doenças que podem exigir o uso de antibióticos.
  7. Cuide da alimentação: higienizar alimentos, separar crus de cozidos e usar água potável são práticas que ajudam a evitar infecções.

“Cada atitude conta. Usar antibióticos de forma consciente é proteger não só a própria saúde, mas também impedir que essas superbactérias continuem se espalhando”, reforça Fernando.

Atenção também com outros tipos de medicamentos

Embora o foco principal esteja nos antibióticos, o uso irracional de outros medicamentos também representa riscos importantes para a saúde. Analgésicos, anti-inflamatórios, ansiolíticos e corticoides, por exemplo, podem causar efeitos colaterais graves se utilizados sem orientação médica. O uso excessivo de anti-inflamatórios, por exemplo, pode levar a problemas renais, gastrite e aumentar o risco de sangramentos.

Já o consumo inadequado de medicamentos para ansiedade ou insônia pode gerar dependência química e afetar o funcionamento do sistema nervoso central. Por isso, a recomendação é clara: todo medicamento, mesmo aqueles considerados comuns, deve ser usado com responsabilidade e sempre com acompanhamento profissional.

*Com informações da assessoria de imprensa

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