- Atualizado há 6 meses
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O Grande Expediente da Assembleia Legislativa do Paraná foi ocupado nesta segunda-feira (10) pela médica Debora Cristina Oro Froehner, que alertou para os riscos da lipedema, doença que atinge principalmente as mulheres e causa inchaço e dores nas pernas. A especialista falou sobre o tema e seus impactos na saúde feminina, mostrando dados da doença e medidas atuais de diagnóstico e tratamento no Brasil e no mundo. A proposição é das deputadas Maria Victoria (PP) e Márcia Huçulak (PSD) e do deputado Soldado Adriano José (PP).
A médica Débora Froehner auxiliou na redação do projeto de lei 266/2024, que cria o Junho Roxo, mês de conscientização e prevenção da lipedema. A proposta, assinada pelas deputadas Cantora Mara Lima (Republicanos), Maria Victoria (PP), Márcia Huçulak (PSD) e pelo deputado Tercilio Turini (MDB), está na pauta da Ordem do Dia da sessão plenária desta segunda-feira. A especialista afirmou ser uma grande satisfação ver o projeto de lei se materializar. “O Paraná é um estado único. O pioneirismo vai ter impacto muito grande na vida dessas mulheres, trazendo melhora na qualidade de vida dessas pessoas. Esse passo representa dignidade na vida das mulheres com lipedema”, enfatizou.
Instituindo o Junho Roxo, o projeto de lei quer promover a conscientização da população, em especial às mulheres, sobre o risco da doença, destacando a necessidade e importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A instituição do mês no calendário oficial de eventos também busca a disseminação de informações e dados sobre o assunto, a criação de políticas públicas, a pesquisa e o estudo para o avanço do conhecimento, além do desenvolvimento de protocolos unificados de diagnóstico e de tratamento, a capacitação e a qualificação multidisciplinar dos profissionais.
De acordo com a médica, estudos apontam que a lipedema afeta em torno de 12% das mulheres brasileiras. Apesar disso, é uma doença mal compreendida e sub-diagnosticada, causando sofrimentos físicos e emocionais. Além das dores, os sintomas costumam ser desconforto, cansaço, hematomas frequentes e, em casos mais graves, pode dificultar o caminhar e atrofiar músculos. A doença também resulta em desconforto estético.
A médica lembrou que a lipedema é confundida com obesidade devido ao aumento do tamanho das pernas. “O diagnóstico incorreto pode atrasar a identificação da lipedema por décadas. As pacientes são frequentemente culpadas pela sua condição, incluindo a auto-culpa”, disse. Ela explicou a doença causa o aumento de gordura, nódulos fibróticos, aumento de sensibilidade, alterações articulares e a falta de resposta com dieta e exercício físico.
Mesmo sem cura, há tratamentos para o mal. Nos casos clínicos, ela pode ser combatida com alimentação, suplementação, medicamentos e fisioterapia. Também pode ser tratada com cirurgias plásticas e vasculares.
Conscientização
A deputada Cantora Mara Lima ressaltou que muitas mulheres sofrem com o problema. “Estamos empenhados em aliviar o sofrimento dessas mulheres. O Paraná é o primeiro estado a legislar sobre o tema. Isso dá um acalanto grande, pois sabemos que estamos no caminho certo, buscando ajudar estas mulheres. A conscientização e a prevenção são muito importantes”.
A deputada Maria Victoria lembrou o principal objetivo do projeto é conscientizar a sociedade paranaense e disseminar a boa informação sobre o lipedema. “Mundialmente, o mês de Junho é dedicado à conscientização sobre a doença, e a cor roxa foi escolhida por representar as manchas que, muitas vezes, aparecem nas pacientes. A inclusão do Junho Roxo no calendário oficial de eventos do Paraná busca promover a criação destas políticas públicas”.
Para deputada Márcia Huçulak, conhecimento e conscientização fazem toda a diferença no impacto que uma doença vai ter na pessoa. Segundo ela, as campanhas são importante forma de chamar atenção e alertar a população. “Somos proponentes deste projeto de lei para chamar a atenção para o problema. Apesar dos números, o lipedema é pouco diagnosticado. Por isso, o Junho Roxo é esforço para mudar quadro de desconhecimento, melhorando a qualidade de vida das pessoas”, encerrou.
*Com informações da Alep