
- Atualizado há 3 anos
O ex-juiz Sergio Moro confirmou, na manhã desta terça-feira (12), que irá disputar a vaga do Paraná ao Senado Federal. O anúncio era aguardado desde o último dia 6 de junho, data em que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) negou a transferência de domicílio. Desta forma, Moro abre caminho para compor uma chapa com o PSDB de Beto Richa, alvo de desdobramentos da Operação Lava Jato.

Em entrevista coletiva, Moro afirmou que será necessário coragem para fiscalizar o Executivo. “Vamos fazer isso com a mesma coragem que enfrentei criminosos, corruptos e narcotraficantes”, disse em vídeo de divulgação.
Na disputa pelo Senado, o ex-juiz da Lava Jato terá como principal adversário um ex-aliado: Álvaro Dias (Podemos). Moro deixou o partido de Dias e foi para o União Brasil no último dia da janela eleitoral.
A eventual chapa entre PSDB e União Brasil é observada em outros estados brasileiros. No domingo (10), por exemplo, o partido de Moro confirmou apoio à reeleição de Rodrigo Garcia ao governo paulista.

Beto Richa, publicamente, não participa das conversas com Moro. Na segunda-feira (11), o ex-juiz almoçou com o pré-candidato ao Governo do Paraná pelo PSDB, Cesar Silvestri Filho, que revelou o “ótimo alinhamento” entre eles.
Em 2019, a força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou Beto Richa por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na licitação para as obras de duplicação na PR-323. Na ocasião, o Ministério Público Federal (MPF) informou que o consórcio composto pela Odebrecht e Tucumann Engenharia foi favorecido na licitação de duplicação da rodovia que liga Maringá a Francisco Alves. Segundo a denúncia, o grupo político de Richa teria recebido vantagens indevidas de cerca de R$ 7 milhões para afastar potenciais concorrentes.